Vá lá, sejam tolerantes...
Isto, se não fosse extremamente perigoso, constituiria motivo para umas boas risadas. Mas não constitui. A brigada das novas verdades e do politicamente correcto – o equivalente ocidental às policias religiosas dos países islâmicos ou aos diversos “comités” de outras ditaduras – é para levar a sério. A nova vitima destes biltres é o candidato do PSD à Câmara de Loures. O homem exprimiu a sua opinião acerca do comportamento da comunidade cigana e, aqui d’el rei, caiu-lhe tudo em cima. Ameaças, processos, queixas, exigência de retirada da candidatura e o rol habitual de insultos que sempre ocorrem quando além ousa dizer coisas que um minoria, determinada em fazer das suas convicções uma cartilha obrigatoriamente seguida por todos, não aceita. O curioso é que o motivo da controvérsia não é o conteúdo das acusações. Talvez por todos saberem que, por aí, não existe muito para contestar. O problema parece apenas residir no facto de terem sido proferidas. Ainda que, para muitos dos ofendidos com a frontalidade e o desembaraço de língua da criatura, os ciganos sejam o que menos importa. Para esses a grande chatice é que se o homem resolve manter o discurso ainda ganha aquilo.