Tutti putedo
1 – Na sua coluna habitual no pasquim das causas, uma senhora – jeitosa, por sinal – disserta contra o que considera ser a russofobia existente na sociedade portuguesa. Coisa que, obviamente, lamenta e para a qual não encontra justificação. Não lhe ocorreu aquilo de, até há poucos anos ser a pátria do comunismo e de, mais recentemente, terem invadido um país soberano. Duas cenas capazes de causar um elevado sentimento de repulsa a qualquer ser minimamente decente.
2 – Parece que a Comissão Europeia avisou o governo português que terá de cortar dois virgula cinco mil milhões de euros na despesa pública. Surpreendente, este aviso. Logo agora que estava tudo a correr tão bem. Desconfio que, mais uma vez, as vitimas vão ser os reformados. Não os actuais, que nesses, por maiores e desproporcionadas que sejam as suas pensões face à realidade actual, não se mexe. Fácil, socialmente justo e democrático será cortar na minha reforma. Aquela que, com sorte, terei num futuro relativamente próximo.
3 – Apenas um “anjinho” ou quem esteja completamente por fora da realidade – nem precisa ser da realidade política, basta ser a realidade em abstrato – pode estranhar ou ficar surpreendido com as revelações trazidas a público pela TVI a propósito da tal “operação tutti frutti”. Vão por mim. Ou pelo saudoso camarada Arnaldo Matos, se preferirem. Isto é tudo um putedo.