"Tou" de volta...
Voltei. A culpa desta inusitada ausência foi de uma catarata que se instalou no meu olho direito. Já foi removida, a magana. A espera foi longa – cerca de oito meses – mas, dois vales cirurgia depois, lá se resolveu a coisa. Desta vez a “oferta” incluiu uma clínica na capital do distrito como, de resto, devia sempre acontecer quando em causa estão pacientes da região.
O Serviço Nacional de Saúde não tem, nem nunca terá, capacidade para, por si só, dar resposta a tudo e a todos dentro de um prazo razoável. É impossível. Terá sempre, a menos que se pretenda que as pessoas morram ou no caso fiquem ceguetas, de contratualizar estes serviços com os privados e pagar os tais muitos milhões que andam sempre a servir a demagogia dos que, dada a sua juventude ou boa saúde, não necessitam de recorrer ao SNS. Isso e o preconceito ideológico que os leva a preferir que os outros morram à espera de vez no público do que sejam tratados no privado. Os outros, reitero, porque quando são eles ou a respectiva família a coisa fia mais fino.
Presumo que, dada a quantidade de gente a padecer da mesma maleita que foi enviada para a clínica em causa, a conta a pagar pelo SNS seja para lá de astronómica. No entanto – apesar de não ter lá ido confirmar – tenho a certeza absoluta que o serviço no hospital público continua repleto. É o que dá as pessoas viverem mais anos e a cada dia existirem mais tratamentos para mais doenças. Uma maçada, isso. Nomeadamente para os que acham que deve funcionar tudo como funcionava há quarenta e cinco anos.