"Teletrabalho" envolve aquela coisa de trabalhar. Topam?
Que a coisa não está fácil toda a gente sabe. Tirando, talvez, aquela parte da população que anda por essas redes sociais fora a pretender fechar o país. “Têm-no” garantido, daí tanto se lhes dê que outros não se possam dar ao luxo de se trancar em casa. É que isso do graveto cair na conta bancária independentemente do esforço desenvolvido não assiste a todos.
É, mais ou menos, como aquilo do teletrabalho. Até parece que estou a ver, já amanhã, toda a gente a querer ir tele-trabalhar. Só porque sim. Ou porque outros vão e eles também querem. Mesmo que as funções que desempenhem se relevem manifestamente incompatíveis com o conceito de trabalhar à distância. Que isto se é para uns é para todos, argumentarão com as habituais certezas e a inteligência que os caracteriza.
Leio apelos lancinantes ao fecho das escolas. Oriundos, alguns, de auxiliares de educação. Compreendo a preocupação. Também percebo que estar três meses sem trabalhar e o ordenado a cair na continha, como da outra vez, é uma coisa prazenteira. Desconfio que pessoal que trabalha em museus, teatros, cinemas, bibliotecas, front-offices e afins também se pretenderá recolher no aconchego do lar. Não seria coisa inédita. No entanto, ao que me pareceu ouvir, o primeiro ministro falou em teletrabalho e, que eu desse por isso, em momento algum se referiu a teledescanso. É bom que toda a gente perceba a diferença.