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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Cada um sabe de si...

Kruzes Kanhoto, 02.01.19

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Não estou, assim de repente, a perceber que mensagem pretende transmitir a criatura que se deu ao trabalho de escrever esta enigmática e perturbadora frase numa parede situada num espaço público. Bem no centro de uma cidade, mais propriamente. Estará, se calhar, a considerar que isto é tudo uma cambada de medricas, cagarolas e fracotes que é o significado que o dicionário de português atribui a “coninhas”. Mas isso, lá está, sou só eu a divagar. Até porque, embora não seja essa a minha intenção, esta leitura pode revelar-se ofensiva para um - ou mais, que sei eu – dos muitos géneros que agora para aí há.

Quanto ao “e picha”, que alguém acrescentou, disso então nem digo nada. Deve ter sido obra de um machista, sexista, misógino, fascista e portador de mais uma infinidade de defeitos, que não respeitou a criatividade do autor do acto de vandalismo.

Arte velocipédica

Kruzes Kanhoto, 29.04.17

Ainda me lembro como se tivesse sido ontem – ou, vá, anteontem – quando um grupo de pseudo-intelectuais bem pensantes, chefiados por uma senhora anafada de farfalhuda bigodaça, conseguiu parar a construção da barragem de Foz Côa. As gravuras não sabiam nadar, alegavam. Isso enquanto garantiam que aquilo, em lugar de uma imensa reserva de água, dava era um parque rupestre muito jeitoso. Coisa para trazer ao lugarejo um desenvolvimento inusitado. Desconheço se, estes anos todos e muitos milhões de euros depois, o profético vaticínio se concretizou. Desconfio que não. Mas isso, admito, até pode ser o meu cepticismo, em relação a tudo o que envolve gente da cultura a dissertar acerca de politicas e opções que se desejam sérias e racionais, a falar mais alto.

Diz que uma daquelas gravuras foi vandalizada um dia destes. Um acto condenável, sem dúvida. Alguém, ao lado daqueles riscos, desenhou uma bicicleta na rocha. Mas, como tudo na vida, há que olhar para o lado positivo da acção da besta com queda para a arte rupestre dos tempos modernos. Vejamos aquilo como um investimento de onde os vindouros irão tirar o mesmo proveito que nós tiramos agora dos riscos feitos pelos nossos antepassados. Talvez daqui por dez mil anos, um bando de idiotas, liderado por alguma senhora anafada de farfalhuda bigodaça, venha para a rua berrar que a gravura não sabe pedalar.

Deve ser uma espécie de piada holandesa...

Kruzes Kanhoto, 09.04.17

Nada de muito surpreendente que cerca de mil gaiatos portugueses tenham sido expulsos da unidade hoteleira onde desfrutavam da sua viagem de finalistas. De estranhar, apenas, que episódios desta natureza – expulsar quem se porta mal – não sejam a norma. Trate-se de gente acabada de largar os cueiros ou criaturas com idade mais do que suficiente para ter juízo.

Já a postura dos pais dos meninos é patética. Apetece-me ser simpático, hoje. Dêem-lhes os “améns”, como dizia a minha avó sempre que um alarve de algum papá vinha defender – o que raramente acontecia, diga-se - as tropelias do filho em lugar de lhe arrear uns bons tabefes. Outros tempos.

O que continua a causar-me alguma admiração é que, apesar de todos os malefícios e roubos do malvado governo da direita ao povo ainda não consertados pela geringonça, os papás tenham dinheiro para financiar estas aventuras aos seus petizes. Querem lá ver que aquele holandês maluco, às tantas, ainda tem razão...

Vandalismo útil

Kruzes Kanhoto, 18.09.07
O vandalismo urbano manifesta-se de muitas formas. Graffitis, destruição de equipamentos públicos ou privados, riscos e inscrição de frases em paredes e muros. A maior parte das ocasiões sem qualquer sentido.

Não há no entanto, como é sabido, regra sem excepção. Embora num português vernáculo, o vândalo que por aqui passou teve espírito de serviço público e deixou-nos o aviso que os "WP" - seja lá isso o que for - não estão em condições normais de funcionamento. Ou pelo menos calcula-se que foi isso que a criatura nos quis transmitir.