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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

E o vento, camaradas?! Esqueceram-se do vento!

Kruzes Kanhoto, 02.08.16

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Sejamos claros. A popularidade do governo deve-se, quase em exclusivo, a três grupos sociais. Funcionários públicos, reformados e pessoal da restauração. A uns restituiu os cortes, aumentou reformas nalguns cêntimos a outros e aos últimos deu mais dinheiro por via da baixa do iva. Obviamente que ficaram todos contentinhos. Mas não ficariam, se soubessem fazer contas. Nomeadamente a quanto dessa reversão, de vencimentos e pensões, perderam com os impostos entretanto agravados. Mas reconheça-se a manha dos geringonços em jogar com a iliteracia financeira da generalidade dos portugueses. Enquanto assim for, por mais que nos esmifrem, tudo lhes será perdoado.

Hoje, depois de semana passada anunciarem o truque do euro milhões, inventaram outro esquema manhoso para nos roubarem mais dinheiro. O dinheiro que precisam para, satisfazendo as clientelas, se aguentarem no poder. Vamos passar a pagar o sol que nos entra casa dentro e as vistas que alcançamos das nossas janelas. Desta nem o governo mais ultra-liberal, que mais roubou os portugueses em toda a história do país, se lembrou. Sim, porque caso semelhante ideia tivesse ocorrido ao Parvus Coelho nem todo o stock de tampões auriculares nos protegeria das esganiçadas, dos Galambas, dos Jerónimos e de outros políticos preocupados com o ataque aos rendimentos e o bem-estar dos portugueses levado a cabo pela troika, o pacto de agressão e as outras balelas a que nos habituámos.

Face à tragédia orçamental que se avizinha tenho até medo de imaginar o que se segue. Que mais irá esta gente inventar? Um imposto sobre os pockemons capturados pela rapaziada que se entretém nessas caçadas esquisitas? A cobrança de uma taxa aos peões para manutenção da calçada dos passeios? Um imposto de circulação sobre bicicletas, skates e trotinetas? A sorte é que já acabou a austeridade...Olha se não tem acabado!

Milagres

Kruzes Kanhoto, 05.05.16

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No âmbito dos milagres os últimos dias têm sido férteis em ocorrências. Por cá diz que o Sol rodopiou que nem um maluco ali para a zona de Ourém. Parece que já não é a primeira vez que faz isso, o maroto. Do outro lado do mundo, na Indonésia, foi um alegado anjo que deu um trambolhão e cai do céu.

Fenómenos esquisitos estes. Por um lado a estranha tendência do astro-rei rodopiar perante uma assistência que acredita piamente que a estrela que nos ilumina possui capacidade para o fazer. Do outro o aparecimento de uma boneca insuflável numa comunidade remota, quase isolada do mundo e que dificilmente percebe que alguém precise de uma coisa daquelas para satisfazer determinadas necessidades. Ou manias, sei lá.

Mas é uma pena que estes milagres não sejam geralmente aceites como tal. Como outros, em tempos idos, já foram. São acontecimentos destes que geram riqueza, criam emprego, dinamizam a economia e fazem prosperar as localidades onde acontecem. De resto, se há para aí tanta gente a acreditar em falsos profetas e nas coisas mais esquisitas, por que raio não havemos de acreditar que o Sol bailou ou que uma boneca de plástico pode ser um anjo?!