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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

É o socialismo, estúpido!

Kruzes Kanhoto, 21.06.22

Ao que garante o primeiro-ministro, o salário médio em Portugal terá crescido mais de vinte por cento nos últimos seis anos. Isto, toda a gente sabe, os números quando torturados dizem o que nos quisermos que eles digam. Quando esses desgraçados – os números – caem na mão de um político, então, a coisa só tende a piorar. E se esse político for o António Costa está, como diria a minha avó, a barraca armada.

Lamento, mas obviamente o salário médio, ao contrário do que foi propalado, não cresceu naquela percentagem. Até um socialista consegue percecionar isso. A média dos salários, aferida pelas contribuições para a segurança social é que terá aumentado percentualmente naquele valor graças aos sucessivos e desproporcionados aumentos do salário mínimo. Comparar uma coisa com a outra equivale a comparar a beira da estrada com a estrada da beira.

Por esta ordem de ideias estaremos todos dentro de pouco tempo a auferir o vencimento mínimo. Depois, se continuar a haver aumentos, o salário médio aumentará todos os anos. Apesar de continuarmos a ganhar o mínimo. Confuso? Não, é o socialismo.

Logicamente...ninguém fez caso!

Kruzes Kanhoto, 22.11.20

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Infelizmente as declarações da vereadora da câmara de Lisboa com o pelouro da habitação, uma tal Paula Marques, não suscitaram à comunicação social o interesse que mereciam. Diz a senhora que “temos de retirar a habitação da lógica de mercado”. Ora aí está um tema que, concorde-se ou não com a opinião da autarca, devia suscitar uma profunda discussão. Para, entre outras coisas, ficarmos a saber quem defende que sigamos o caminho para o socialismo, previsto na constituição, e quem prefere continuar a ignorar essa aberração constitucional. Seria uma discussão muito mais interessante, quer-me parecer, do que discutir o regresso do fascismo ou outras parvoíces que os intelectuais de Lisboa gostam de colocar na agenda mediática. Até porque já que discutíamos a habitação, se não desse muito incómodo, discutiam-se também alternativas ao financiamento das autarquias. Nomeadamente a de Lisboa. É que o orçamento daquela edilidade é financiado em mais de um terço pelo sector imobiliário. Privado, diga-se. O tal que é necessário excluir da lógica de mercado, mas que mete mais de trezentos milhões de euros por ano – de forma directa, fora o resto - nos cofres do município lisboeta.

A caminho do socialismo

Kruzes Kanhoto, 18.04.19

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Afinal não vai ser preciso aquilo do racionamento. Os tais quinze litros por abastecimento, ou lá o que era. Mas fica o aviso. É assim sempre que iniciamos o caminho para o socialismo. Por isso, já que esta gente parece estar para ficar no poder por mais uns anos, é bom que nos habituemos. Nomeadamente aqueles que nunca passaram por experiência semelhante.

Por mim apenas vivenciei isso do racionamento era ainda um puto imberbe, nos idos do PREC. Quando, recorde-se, quem estava no poleiro a conduzir-nos rumo ao glorioso paraíso socialista eram os mesmos que lá estão hoje. Havia escassez de alimento – milho, ou algo parecido - para os galináceos e, para garantir que a bicharada da minha avó não passava fome, fui arrastado para a fila que pela madrugada se formava no “Grémio da lavoura”. Uma maneira expedita de duplicar a dose. Nunca cheguei a saber, nem isso na altura me interessou muito, de quem era a culpa da falta do dito produto. Devia ser dos contra-revolucionários, dos fascistas ou da direita em geral. Do governo de então – fantástico e amigo dos trabalhadores e do povo, como este – é que não era de certeza. Tal como agora. Ou não estivéssemos, tal como então, a caminhar para o socialismo. Ou para a venuelização, que é mais ou menos a mesma coisa.

Solidariedade selectiva

Kruzes Kanhoto, 21.08.18

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Continuo à espera de condenações veementes à atitude dos habitantes daquela localidade brasileira que expulsaram os venezuelanos que fogem da miséria imposta pelo regime comunista.

Aguardo, também, que as agressões sofridas na Costa Rica pelos nicaraguenses que tentam escapar aos comunistas que ocupam o poder no seu país, sejam severamente repudiadas.

Até agora ainda nenhum dos habituais choramingas da causa dos alegados refugiados se manifestou. Devem estar todos de férias nos resorts dos destinos turísticos da moda. Ou, então, ainda estão a tentar perceber as razões que levam alguém a cometer o tresloucado acto de fugir de paraísos socialistas como a Venezuela e a Nicarágua.

Que façam um longo caminho até ao socialismo...e não voltem!

Kruzes Kanhoto, 16.10.15

Começo a ficar sem paciência para a cambada de comentadores da treta que pululam pelas televisões e para as conversas acerca de quem deve ou não governar. Menos ainda para os exercícios parvos, geralmente reveladores de elevado grau de demência, dos que procuram demonstrar que quem perdeu as eleições, afinal, as ganhou. Vão todos bardamerda. Decidam-se mazé a formar governo e a dar um rumo a isto. Num país a sério vinte e quatro ou quarenta e oito horas após as eleições os governos estão em funções. A bem dizer nem só nos países a sério é assim. Até naqueles onde a bandalheira é apenas relativa estas coisas são feitas mais depressa.

Já estou por tudo. Só para deixar de os ouvir. Constituam lá o vosso governo socialista-comuno-bloquista. Só espero que não me decepcionem. Comecem a tratar da reforma agrária nos campos do sul, a construir o TVG, o novo aeroporto de Lisboa, a terceira ponte sobre o Tejo e a dividir o país em regiões administrativas. E, já agora, não se esqueçam de regulamentar o trabalho sexual e enquadrar os respectivos profissionais num quadro legal que os proteja na sua actividade. E, também, os faça pagar impostos. Ah, e comecem a caminhar para o socialismo. Sem parar, de preferência. Ou, se pararem que seja quando estejam bem longe...

Comove-me tanta generosidade

Kruzes Kanhoto, 29.05.15

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O Facebook é um lugar de indignação. Toda a gente se indigna por tudo e mais um par de botas. Parece assim uma espécie de doença contagiosa. Ontem foi a vez de um destacado militante socialista, ex-ministro e comentador residente de uma televisão, se manifestar indignado por um quadro famoso, obra de um não menos afamado pintor, ter sido vendido em leilão.

Defendia o senhor que o dono da pintura, em lugar de se ter abotoado com os trezentos e cinquenta mil euros que o novo proprietário lhe pagou, devia ter cedido o quadro a um museu onde pudesse ser apreciado pelo povo. Generoso, o homem. É notável o desprendimento da criatura relativamente aos bens materiais. Nomeadamente em relação aos que não são de sua propriedade. Como quase todos os socialistas, afinal.

Curioso é a quantidade de apoiantes que a causa granjeou em pouco tempo. Bem que podiam passar das palavras aos actos e tratar de, entre todos, fazer uma “vaquinha” para comprar o quadro e ofertá-lo a um qualquer museu. Ou, melhor ainda, sugerir que uma fundação dessas que se fartaram de receber apoios do Estado o compre. Isso sim, é que era uma boa malha!