A paisagem chegou à cidade...
Isto do deficiente funcionamento do SNS, do fecho das urgências hospitalares e, ainda que em menor escala, da má qualidade do atendimento de muitos outros serviços públicos constitui uma maçada. Um realíssimo aborrecimento, na verdade. Não se trata de uma realidade nova. Não começou com este governo nem, sequer, com o anterior. É coisa que já vem de há muito tempo. Só que antes ninguém se importava. O encerramento, primeiro temporário e depois definitivo, dos serviços prestados pelo Estado era algo que apenas afectava o interior e daí que ninguém ligasse peva. Não mora lá ninguém, os poucos que restam são velhos e há que racionalizar os recursos públicos que isto não dá para tudo e o Estado não pode ter um hospital em cada terrinha eram argumentos que ouvi e li vezes sem conta. Tudo verdade, não há como negar. Daí que não perceba a indignação de tanta gente – que antes olhou com desdém para os que no interior do país se queixavam do mesmo - com o caos na saúde e, modo geral, restantes serviços públicos. Ou será só porque agora os afecta a eles? Nem vou estar a recordar exaustivamente o que já fechou, a nível de serviços à população, em Estremoz desde o 25 do A. Lembro apenas que um dos primeiros a encerrar foi a maternidade, mal o SNS foi criado. Racionalização de recursos, já então garantiam os especialistas da especialidade. Um argumento que, reitero, era encarado como perfeitamente aceitável fora das localidades onde estes serviços fechavam. Agora, como já os incomoda, é que é uma chatice...