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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Inquietação nacional...

Kruzes Kanhoto, 28.09.22

Tenho manifesta dificuldade em entender esta constante e generalizada preocupação com o salário mínimo. Se já assim era quando – para não dizer antes – o seu valor se situava nos quatrocentos e quinze euros, provavelmente seria tempo de percebermos que, se após setenta por cento de aumento continuamos com o mesmo problema, a solução não estará no valor que se paga pelo SMN. Parece-me evidente – e já aqui o escrevi em múltiplas ocasiões – que podem aumentar o que quiserem. Para cinco mil euros por mês, se lhes parecer bem, mas tudo permanecerá igual e o SMN continuará a valer o mesmo que valia quando o seu valor eram os tais quatrocentos e quinze euros.

O constante aumento do SMN não tem, como está amplamente demonstrado, produzido qualquer efeito no poder de compra de quem o aufere. Serve apenas, quando muito, para melhorar as contas da Segurança Social. Tem, isso sim, servido para desvalorizar os vencimentos acima. Quem governa, sustentado pela opinião pública e por quase todos os sábios especialistas na especialidade, acha que este é o caminho. A mim, que tal como o outro não tenho biblioteca nem percebo nada de economia, parece-me um disparate. Gostava de estar errado, mas a realidade anda há anos a insistir em dar-me razão.Só

Miséria engravatada

Kruzes Kanhoto, 30.09.21

Tenho alguma dificuldade em perceber este frenesim esquerdista à volta do salário mínimo. É que, assim de repente, para além de aumentar o leque de subsidio-dependentes – o que é bom para os objectivos eleitorais da dita esquerda – não estou a ver em que medida o crescimento do SMN vai melhorar a vida seja de quem for. O dinheiro na carteira até pode ser mais, vai valer é bastante menos. Só um tolo acreditará que o aumento dos custos não terá, quase no imediato, reflexo nos preços nos bens de consumo o que, só por si, engolirá o generoso aumento oferecido pelo governo.

O objectivo, presumo, será encostar ainda mais a retribuição mínima ao salário médio e por esta via continuar a empobrecer o país. No caso os trabalhadores e povo, como diz o outro. Embora, como garantia um sindicalista, essa cena do salário médio não passe apenas de um conceito. Auferido por gente preconceituosa, calculo que tivesse vontade de acrescentar. Já quanto à intolerável carga fiscal que temos de suportar – quem trabalha, saliente-se – o homem nada disse. Nem precisava. Sei desde há muito que para os sindicatos existem trabalhadores de primeira e trabalhadores de segunda e os que, por enquanto, ainda estão acima do SMN não lhes interessam nada. É por isso que para mim os sindicalistas são todos iguais. Todos de terceira.