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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Investidores

Kruzes Kanhoto, 18.10.18

Ando há anos a ler e a ouvir que o sistema de pensões está prestes a entrar em colapso. É a demografia, dizem. Não há gente suficiente a trabalhar para manter um rácio que garanta a sustentabilidade da segurança social. A esperança média de vida aumentou e, simultaneamente, a natalidade diminuiu de forma drástica o que, explicam os sábios, conduz à inevitabilidade de prolongar os anos de trabalho e à atribuição de reformas muito mais baixas. Não acredito. Deve ser mais uma pantomince. Ou, então, o principio não se aplica de igual modo às chamadas prestações não contributivas. Ou seja, aos que recebem sem nada contribuir.

Esses quantos mais nascem, mais recebem. Para essas prestações sociais não há cá sustentabilidade, cortes ou o raio que os parta. É tudo à grande. Basta olhar para os ciganos cá da terra. São aos magotes, nascem cada vez mais e, por consequência e vontade dos políticos malucos que temos, auferem “ordenados de cigano” cada vez maiores. Abono de família, RSI e pensão de alimentos tudo pago pelo Estado. O mesmo Estado que, recorde-se, alega não ter dinheiro para me pagar a pensão para a qual desconto há trinta e oito anos e, pior, me diz que tenho de descontar mais dez.

Daí não admirar que qualquer gaiata cigana reboque um catraio pela mão, transporte outro ao colo e carregue um terceiro na barriga. Mais os que hão-de vir e os que ficaram na barreca. Há que saber investir. Nomeadamente, como é o caso, em produtos de baixo risco e elevado retorno. Garantidos pelo Estado.

Coisas do Demo

Kruzes Kanhoto, 28.03.18

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Segundo a Deco será a despesa com os lares da terceira idade uma das causas que estará a contribuir para o crescente endividamento das famílias. Foi, julgo, mais ou menos isso que ouvi hoje pela matina quando, ainda meio estremunhado, o gajo da rádio se pôs a dar as noticias. Ora esta coisa das dividas sempre a crescer, seja lá qual for a causa, afigura-se-me como tendo mão do Diabo. O tal que, segundo um fulano qualquer, estaria para chegar mas que, na opinião de outros igualmente idiotas, já teria sido escorraçado e não mais voltaria a estas paragens.

Hesito quanto a isso do Mafarrico não andar por aí. Acho, até, que ele está no meio de nós. Para ficar. É que se as famílias, no presente, têm de se endividar para manterem os idosos nos lares, por as reformas não chegarem para a mensalidade, sempre quero ver como vai ser no futuro. Naquele em que as pensões dos futuros reformados forem metade, ou menos, daquilo que são hoje as dos pensionistas actuais e os vencimentos dos seus descendentes mais baixos do que os daqueles que hoje se endividam para manter os progenitores nos ditos lares.

Assisto, com uma imensa revolta, a gente a ir para a reforma com pensões na casa dos trezentos e quatrocentos euros. Depois de uma vida inteira a pagar as reformas daqueles que se aposentaram dez ou quinze anos mais novos com a pensão igual ao último vencimento e aos quais, agora, tudo é revertido. Ainda por cima, com aumento. A esses – e a mim, já agora – convençam-nos lá que o Diabo não anda por aí à solta montado numa geringonça.

 

Não gosto de vocês, seus malucos!

Kruzes Kanhoto, 10.01.18

Continuo a achar que receber os subsídios de férias e Natal por “atacado” não é bom para ninguém. A não ser, claro, para o Estado. Mas, reconheço, pertenço a uma esmagadora minoria que tem este ponto de vista acerca do assunto. A maioria prefere, vá lá saber-se com que lógica, receber daqui por seis ou onze meses aquilo que já hoje é seu por direito. E, confesso, os que mais espanto me causam são os reformados. É certo que qualquer um pode bater a bota a qualquer momento. Novo ou velho, reformado ou não. Mas, se digo os reformados, é por se tratar das pessoas de mais idade e que, pela ordem natural da vida, irão morrer primeiro. Isto para dizer, só a titulo de exemplo e para fundamentar a minha tese, que para aqueles que quinarem até junho o Estado fica-lhes com um mês de reforma. Seis duodécimos do subsidio de “férias” mais outros tantos de subsidio de “Natal”…

Por causa dessa concentração dos subsídios em dois únicos meses vou, no ano que agora se inicia, novamente ver o meu vencimento mensal reduzido. Coisas da geringonça e daqueles que se arrogam no direito de determinar a maneira como devo gerir o meu dinheiro. O que mais me chateia nem é ver que a quantia inscrita na linha do “liquido a receber” do meu recibo é umas dezenas de euros mais baixa. O que verdadeiramente me irrita é depender da vontade de uns quantos malucos que nem a vida deles sabem governar mas que acham que sabem governar a minha.

Os reformados são a vaca sagrada do regime

Kruzes Kanhoto, 02.11.17

Comove-me a obsessão dos governantes – destes e doutros – com os reformados. Com os actuais, porque dos futuros - e isso é condição a que todos chegaremos se não morrermos antes – ninguém quer saber. Já escrevi em inúmeras ocasiões que não consigo perceber a justiça que alegam existir num anunciado aumento do valor das pensões. Nem, por outro lado, detecto qualquer fundamento válido para reverter os cortes – ou, até mesmo, para não cortar ainda mais – a pessoas que se reformaram aos cinquenta anos, com trinta de serviço e com o mesmo ordenado que auferiam no dia em que deixaram de trabalhar. Isto quando, por comparação, a mim que já levo trinta e sete anos de trabalho e há muito ultrapassei os cinquenta de idade, me dizem que tenho de bulir mais dez anos. Ou, se quiser ir já, fazem o favor de me pagar uma pensão que corresponderá a um pouco menos de um terço do meu actual estipêndio. Justo, não é? Depois venham para cá contar-me histórias acerca da reposição de direitos feita pelos geringonços, da justiça social, dos direitos adquiridos e de outros conceitos tão queridos aos que estão a mamar na vaquinha enquanto eu, feito parvo, a alimento.

Reformas ou esquema em pirâmide?

Kruzes Kanhoto, 23.02.17

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As conversas em torno das reformas baixaram de intensidade. Deve aquela táctica de, perante um assunto  manifestamente desagradável, garantir que o caso está encerrado. Nem sequer quando um economista de renome veio, um dia destes, dizer umas coisas acerca da sustentabilidade – ou da falta dela – do sistema de pensões as hostes se agitaram. Tirando um ou outro cão de fila. Daqueles que rosnam a tudo o que, mesmo vagamente, se assemelhe a uma critica à coligação de esquerda.   

Não sei se, como afirma o tal senhor,  o sistema de pensões é ou não sustentável. Assim de repente, olhando para a demografia, não parece. Por mim olho para aquilo e vejo um esquema em pirâmide. Desses manhosos, em que quem chega primeiro ganha muito dinheiro e os últimos perdem tudo. Com uma diferença, nesses esquemas quando se descobre a tramóia os que perderam, ao menos, sabem que já não vão perder mais. Nisto das pensões não é assim. Nós, os que vamos perder tudo o que descontámos, somos obrigados a continuar a pagar. Mesmo sabendo que dali não levaremos nada e que todo o nosso dinheiro irá parar a outros bolsos. A isto, no meu dicionário, chama-se burla.  

A discriminação entre pensionistas - próximos e futuros - não é inconstitucional?

Kruzes Kanhoto, 08.02.17

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Diz a OCDE que os futuros pensionistas serão lesados nas reformas. Diz, mas não precisava. Toda a gente sabe. O problema é que poucos se importam. Anda tudo satisfeitinho da vida com as fantásticas reversões do Costa que quase ninguém quer saber disso.

A iliteracia financeira – e da outra, já agora – é a maior aliada do governo. Deste, do anterior e do próximo. Só assim se percebe que a população aceite pacificamente cortes brutais nas futuras pensões, enquanto as actuais permanecem intocáveis. Não que eu seja apologista de redução de rendimentos seja de quem fôr. Quem tiver dúvidas acerca disso leia, se tiver paciência, outros posts que por aqui fui publicando. Mas, a ter de se fazer alguma coisa para garantir a sobrevivência da Segurança Social – e pelos viste tem – então que o sacrifício se distribua por todos.

Para se perceber o que está em questão, nada melhor do que um exemplo. Os meus anteriores chefes aposentaram-se há vinte anos. Tinham, então, a idade que eu tenho hoje. O montante da pensão atribuída foi o equivalente ao valor do vencimento que auferiam na altura. Já eu, se me quiser reformar amanhã, ficarei com menos de um terço do que ganho agora. Ou, ninguém me manda ter pressa, espero mais uma dúzia de anos para, depois, ficar com cerca de oitenta por cento. Se tiver sorte. Deve ser a isto que chamam solidariedade intergeracional, ou lá o que é.

A minha reforma continua cortada...

Kruzes Kanhoto, 06.10.16

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 Acho imensa piada quando António Costa - ou outro geringonço qualquer – se gaba, todo orgulhoso com o seu feito, de ter posto fim aos cortes nas reformas vilmente perpetrados pelo anterior governo. A sério. Rio-me à gargalhada. Deles e dos que neles acreditam. É que, tirando aquela parte do vilmente, isso é conversa para tontinhos. A minha reforma, a menos que alguém se tenha esquecido de me avisar, continua cortada. Mas com essa ninguém se preocupa. Só ocorrerá daqui a dez anos. Ou quinze. Ou mais. Depende da demagogia dos governos que por lá forem passando. Mas podia ser já num dos próximos meses. Só não é porque isso dos direitos adquiridos é apenas para alguns.

Temei, velhinhos, temei...

Kruzes Kanhoto, 31.05.16

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Depois dos petizes que esturram mealheiros e quase passam fome para jogar no Placard, eis que surge algo igualmente perverso no âmbito da jogatina. Diz que há para aí – deve ser lá para o norte, pois por aqui ainda não soa que tal ocorra – um esquema manhoso de apostas ilegais onde os catraios gastam as mesadas e os velhotes derretem as reformas.

Suspeito que, mais uma vez, a coisa não será bem como a pintam. Com tanta oferta de jogo devidamente legalizado, seja o da Santa Casa ou na Internet, apostar em jogo clandestino parece-me uma coisa assim a modos que um bocado parva. Nomeadamente pelo risco envolvido e, digo eu, pelos prémios que dificilmente serão mais apelativos.

E depois é aquilo dos velhotes. Sempre os velhotes. Até dá a ideia que, lá por terem mais idade, são palermas. Brasileiras, jogo, burlões, filhos a gamarem-lhes as reformas...Só perigos a atormentar a existência dos idosos. Ainda bem que ali entre os dezoito e os setenta anos – ou outra idade a partir da qual se é oficialmente velho - são todos espertos e imunes a qualquer espécie de ameaça. Haja pachorra!