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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Impostos, professores e outros impostores

Kruzes Kanhoto, 15.01.23

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Ainda os professores. Acredito que terão, reitero, motivos de sobra para reclamar, mas no que diz respeito à questão da exigência de atingirem o topo da carreira a razão não lhes assiste. Em nenhuma organização ou categoria profissional todos chegam ao topo. Não seria, sequer, justo para aqueles que são efectivamente bons.

Já no que diz respeito aos vencimentos, têm toda a legitimidade para se considerarem mal-pagos. A tabela pela qual são remunerados é pública e as pensões – representarão cerca de oitenta por cento do vencimento -  que lhes são atribuídas também. As conclusões e as comparações ficam, naturalmente, ao critério de cada um.

Causa-me uma certa estranheza que os professores se refiram com insistência aos seus vencimentos líquidos. São, como muitos outros portugueses, vitimas da delinquência fiscal do Estado. Apesar disso nunca lhes ouvi uma palavra a exigir a redução do IRS. Pelo contrário, até conheço alguns que nem têm especial apreço pela ideia.

Catarina Martins, a pequena líder do conglomerado de minúsculos grupelhos esquerdalhos, marcou presença na manifestação de professores onde disse coisas. As mesmas que não foram resolvidas nos cinco anos em que fez parte da maioria que governou o país. Deve ter sido coincidência.

Ricos grevistas

Kruzes Kanhoto, 13.01.23

Captura de ecrã de 2023-01-13 19-24-08.png

Tenho o maior respeito por todos os que lutam por um futuro melhor. Principalmente ao nível das remunerações. Como é agora o caso da classe docente. Fazem os professores muito bem em reclamar aumentos, progressões na carreiras ou seja lá o que fôr que lhes acrescente uns euros ao final do mês. Para chatice já lhes chega aquela cena de andarem anos a fio com a casa às costas.

O que não acho nada bem – a ser verdade, obviamente -  é andarem a financiar grevistas, de outras categorias profissionais, que não têm nada a ver com aquelas lutas. Não é que não possam. Podem isso e muito mais. Pelo menos a julgar pelos valores com que se aposentam. Mas fica-lhes mal comprar a solidariedade de quem ganha pouco mais do que o salário mínimo. Não estão a dar um grande exemplo aos seus alunos, convenhamos.

Façam um crowdfunding, ou lá o que é...

Kruzes Kanhoto, 03.05.19

Por mais anos que vivamos – e eu já cá ando quase há cem – existem coisas para que a vida não nos prepara. Ver e ouvir um socialista preocupado com as contas da nação e evidenciar uma invulgar parcimónia no gasto do dinheiro público é, seguramente, uma delas. Mas aconteceu. Ou, pelo menos, assim parece com esta cena do Costa e dos professores.

Que outras verdades que damos como adquiridas o futuro se encarregará de colocar em causa? Um autarca que não aprecie dar empregos, subsídios, festarolas e banquetes diversos? O Sporting campeão? Vida para além da morte? O CDS a pretender pintar passadeiras com as cores dos invertidos? Ah, espera, esta última já ocorreu…

Mas, nisto do bodo ao professores e demais carreiras especiais da função pública, não vejo onde está o problema. Não há dinheiro? Aumenta-se o IVA em dois ou três pontos percentuais, sobe-se o IRS noutro tanto, aumenta-se o ISP mais uns cêntimos e resolve-se o assunto. Se, mesmo assim, não chegar pede-se emprestado. Qual é a dúvida?

E uma baixazinha no IRS?

Kruzes Kanhoto, 16.11.17

Segundo as contas do governo – ainda não desmentidas, ao que julgo saber – o descongelamento dos escalões dos professores custaria seiscentos e cinquenta milhões de euros. Coisa que, pelos vistos, pouco ou nada importa aos sindicatos. Mas – e não é por uma questão de inveja ou falta de respeito pela profissão – importa-me a mim. E muito. É que esta maçaroca toda representa um pouco mais de meio por cento do total do IRS que o governo prevê arrecadar em 2018.

A menos que me esteja a escapar alguma coisa deve existir uma qualquer espécie de discriminação nisso do descongelamento. Para os professores, ao que declararam alguns docentes às televisões, estarão em causa umas centenas de euros por mês. Mas, para a generalidade das carreiras da função pública, o tal descongelamento não dá mais do que umas três dezenas de euros mensais a cada funcionário. Logo, não me parece que a classe docente tenha assim tanta razão de queixa. Ou se há é apenas por estarem com dificuldade em recuperar parte dos privilégios perdidos.