Impostos, professores e outros impostores
Ainda os professores. Acredito que terão, reitero, motivos de sobra para reclamar, mas no que diz respeito à questão da exigência de atingirem o topo da carreira a razão não lhes assiste. Em nenhuma organização ou categoria profissional todos chegam ao topo. Não seria, sequer, justo para aqueles que são efectivamente bons.
Já no que diz respeito aos vencimentos, têm toda a legitimidade para se considerarem mal-pagos. A tabela pela qual são remunerados é pública e as pensões – representarão cerca de oitenta por cento do vencimento - que lhes são atribuídas também. As conclusões e as comparações ficam, naturalmente, ao critério de cada um.
Causa-me uma certa estranheza que os professores se refiram com insistência aos seus vencimentos líquidos. São, como muitos outros portugueses, vitimas da delinquência fiscal do Estado. Apesar disso nunca lhes ouvi uma palavra a exigir a redução do IRS. Pelo contrário, até conheço alguns que nem têm especial apreço pela ideia.
Catarina Martins, a pequena líder do conglomerado de minúsculos grupelhos esquerdalhos, marcou presença na manifestação de professores onde disse coisas. As mesmas que não foram resolvidas nos cinco anos em que fez parte da maioria que governou o país. Deve ter sido coincidência.