Planeta dos macacos
Se, como naqueles passatempos da adolescência, tivesse de escolher um filme para caracterizar o que se está a passar no Afeganistão não teria grandes dúvidas em optar pelo “Planeta dos macacos”. Parte dois, no caso. Aquilo, a começar pelos protagonistas, é mesmo do que dá ares.
A dificuldade é maior em encontrar adjectivos que exprimam o que sinto pelos muitos que, de uma ou de outra forma, manifestam compreensão pela actuação dos símios que tomaram o poder e, pior ainda, criticam todos aqueles que desesperadamente tentam deixar o país. Falar é fácil. Nomeadamente quando se está a vários séculos de distância.
Não deixa de ser curioso é que, desta vez, muitos dos que têm andado a defender que a Europa tem obrigação de acolher as hordas de migrantes africanos e asiáticos, não mostrem agora a mesma disponibilidade para reivindicar o acolhimento dos afegãos. Se calhar, digo eu, era altura de exigirem uma ponte aérea que conseguisse tirar daquele inferno todos, mas mesmo todos, os que se recusam a viver governados por macacos.