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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Em Gaza, por exemplo, não têm estes problemas...

Kruzes Kanhoto, 08.06.25

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Há quem ainda não tenha digerido os resultados das últimas eleições. Três semanas depois já era tempo da azia ter passado. A mim, das muitas vezes que ganha o PS, abala-me mais depressa. Mesmo que continue a achar que quem optou por esse partido fez uma opção que não foi a melhor para o país e que a mesma é prejudicial para os interesses dos portugueses em geral. Mas, sejam quais forem os resultados eleitorais, há que respeitar a vontade do povo e quem não a respeita também não merece ser respeitado. Os eleitores escolhem quem querem e votam em que muito bem lhes apetece. Chama-se democracia, ou lá o que é.

Ocorre-me este arrazoado por causa de uma conversa – na verdade foi mais um monologo, porque a criatura pôs a “espingarda à cara" e ninguém a calava – que tive na semana passada na sala de espera de uma clínica. A boa da senhora – boa é uma força de expressão, obviamente – ainda estava possessa por o Chega ter vencido as eleições aqui no concelho. Perante uma audiência de mais de uma dúzia de pessoas chamou de tudo aos eleitores cá da terra. E nem quando eu – feito parvo, devia era estar calado como os demais – lhe tentei, alarvemente reconheço, lembrar que o sol continuaria a nascer no mesmo lugar e nós a receber o ordenado no mesmo dia a coisa melhorou. Acho até que piorou. A sorte, pelo menos a minha, é que entretanto fui chamado pela enfermeira.

Ou seja, o povo apenas está certo e as pessoas são inteligentes e merecedoras de respeito quando pensam da mesma maneira que nós. Caso contrário são umas bestas. Não tem mal nenhum que uns quantos pensem assim. Nem que o verbalizem. Afinal, há vozes que por mais alto que vociferem não chegam ao céu. Ou, como diria a minha avó a propósito daqueles que exibiam uma alegada superioridade moral em relação aos demais, “gaba-te cesto, que estás todo roto”.

Democracia, sempre.

Kruzes Kanhoto, 12.10.24

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A minha tolerância para com o pessoal do “Free Palestina” e arrazoado correlativo é muito limitada. São, na sua quase totalidade, apenas movidos pelo ódio aos Estados Unidos da América e ao ocidente em geral. Seriam, todos eles, incapazes de viver numa sociedade como aquela que os diversos movimentos que lutam contra o Estado de Israel – a única democracia da região, nunca é demais recordar – preconizam e aplicam nos territórios que controlam.
Sou o primeiro a concordar que as sondagens valem o que valem. Todas elas, seja qual for o modelo através do qual se obtém o resultado. Especialmente quando este não nos agrada. Neste inquérito, dos participantes apenas o equivalente a pouco mais do que a soma das percentagens obtidas pelo PCP, BE e Livre nas últimas legislativas não escolheriam Israel para viver. Isto, valha o que valer, só nos mostra o óbvio. Doze por cento dos que responderam são mentirosos. Ou, vá, potenciais suicidas.

Terroristas do teclado

Kruzes Kanhoto, 25.10.23

Isto da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas tem causado um nível de crispação nas sociedades ocidentais como, assim que me lembre, ainda não se tinha visto. Nomeadamente acerca de assuntos que, directamente e no imediato, não nos dizem respeito. É pior, muito pior, do que a invasão russa da Ucrânia.

Diria que a esmagadora maioria - não digo todos só para não ser demasiado conclusivo – dos que tomam partido contra Israel estão-se nas tintas para os palestinianos. Fazem-no por constituir mais uma oportunidade para destilar ódio contra os EUA, a Nato, a UE e a democracia em geral. Ou a liberdade, que é um conceito que lhes enche a boca, mas de que na verdade não gostam nada. Nunca se manifestarão por iranianos livres, sírios a viver em paz, libaneses a recuperar o controlo do seu país ou afegãos a poderem viver sem medo dos talibans. Tal como nunca saíram à rua pelas incontáveis vítimas do terrorismo islâmico.

Por mim, neste e em todos os conflitos onde um dos contendores não permite que as mulheres usem mini-saia, sei de que lado estou.

Muda-se mais depressa uma embaixada do que um instituto

Kruzes Kanhoto, 06.12.17

Não consigo descortinar motivos para a ênfase com que hoje as televisões noticiaram aquela cena da mudança das instalações da embaixada americana em Israel para a cidade de Jerusalém. Nem, ainda menos, o fervor com que o assunto tem vindo a ser discutido por cá. Nas redes sociais, nomeadamente. E – mas isso já nem estranho – com a maioria dos comentadores a tomarem as dores dos palestinianos e da mourama em geral. Como se nós, portugueses, tivéssemos alguma coisa a ver com isso ou partilhássemos com os árabes algo de relevante. Eles têm outros valores culturais, religiosos e políticos que nada, mas rigorosamente nada, têm a ver com os nossos. Em qualquer desses aspectos os israelitas estão muito mais, mas mesmo muito mais, perto de nós e do nosso modelo de sociedade. Mas, reitero, não me surpreende esta nossa posição. Somos assim. Por norma medimos o nosso sucesso pelo infortúnio do vizinho. O gajo que, mesmo sendo como nós, gostamos sempre de ver lixado por outro filho da puta qualquer. A quem, só por isso, admiramos.

Diz que houve por aí uma conversa - uma trapalhada, como se dizia noutros tempos - acerca da mudança da sede de um instituto público. Também de uma cidade para outra. Cá, em Portugal. Coisa pouco importante, pelos vistos.