"Cada um veste o que quer". A sério?! Acham mesmo isso?
Cada um veste o que quer, onde e quando muito bem entender. Será. Não consigo discordar convictamente desta tese, tão reclamada por estes dias, acerca da liberdade de escolha da indumentária. Mais. Estou com uma vontade danada de a colocar em prática. Assim do tipo ir à ópera de calções e xanatos. Ou ir à mesquita e não descalçar os sapatos. Ou ir ao banco com um capacete integral na cabeça. Daqueles com viseira escura e tudo. E não me digam que estes exemplos não valem por não se tratar de um espaço público. A opera pode ser no teatro cá da terra – que é municipal e de vez em quando também tem cenas dessas – o banco é a Caixa Geral de Depósitos – que mais pública não podia ser – e a mesquita como não paga impostos também pertence ao povo. Sempre quero ver se não me deixam entrar. Eu depois conto. Até já estou a imaginar, caso me barrem a entrada, a onda de solidariedade que se vai levantar na Internet em defesa da minha liberdade a vestir o que quiser quando muito bem me apetecer...
Por falar em solidariedade, tolerância e o camandro. Lembrei-me, vá lá saber-se porquê, daquele futebolista português que foi jogar para um clube espanhol e que na apresentação aos sócios e à imprensa local apareceu vestido com uma camisola onde estava estampada a cara do General Franco. Podemos ver neste link, no espaço reservado aos comentários, o que escreveram sobre isso uns quantos portugueses...Ou no último ano mudámos de opinião quanto a essa coisa de cada um vestir o que quiser ou então isto é tudo um bando hipócritas. Inclino-me mais para esta segunda hipótese.