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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Os publicanos do asfalto

Kruzes Kanhoto, 28.11.22

Cerca de doze mil condutores terão sido multados, em poucos dias, por excesso de velocidade. Excluindo os próprios é, para a maioria,  algo muito apreciado. Bem feita, cumprissem a lei, a mim nunca me apanharão numa dessas, é um discurso que ouço com demasiada frequência e indisfarçável desagrado. Face às ratoeiras, quer a nível de sinalização quer do comportamento das autoridades, só por milagre se consegue escapar. 

Esta actuação das policias constitui um assalto ao bolso dos portugueses e não tem nada a ver com segurança. Se a preocupação fosse melhorar a segurança rodoviária e não apenas encher os cofres do Estado, os radares não estariam escondidos, como acontece quase sempre, em locais onde o perigo é praticamente nulo. Para não ir mais longe, socorro-me apenas do caso das estradas municipais onde agora lhes deu para fazer controlo de velocidade, enquanto ignoram o perigo que constituem os javalis. Os bichos são responsáveis por inúmeros acidentes, alguns que resultaram na morte dos condutores, contudo o controlo desta praga continua por fazer. Sendo, até, proibido o seu abate.

Por mim, que também tento não ser apanhado, procuro cumprir rigorosamente a sinalização que vou encontrando. Por mais ridícula que seja. Sim, limites de 70Km/hora, em rectas com boa visibilidade no IP2, é para lá de parvo. Hoje, fazer uma viagem de duzentos e oitenta quilómetros sempre por estradas nacionais demora quatro horas. Poupa-se nos impostos, mas esturra a paciência de qualquer um. Nomeadamente dos desgraçado que têm o azar de ir atrás de mim. Isto apesar de já ter instaladas umas quantas “apps” que me alertam para a presenças desses salteadores. Mas, mesmo assim, nunca fiando.

Caça à multa

Kruzes Kanhoto, 26.06.19

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Por motivos que não vêm ao caso converti-me num condutor que cumpre escrupulosamente os limites de velocidade. Não estou para ser vitima de salteadores. Gente fardada – estarão apenas a cumprir ordens, admito – que se esconde atrás de arbustos e outros sítios manhosos para caçar incautos automobilistas. Mesmo que o local se situe no meio do Alentejo, o troço de estrada seja uma recta em bom piso, passe um carro a cada dois minutos, se trate de um domingo de manhã e onde não existe histórico de acidentes. Condimentos, convenhamos, capazes de originar dramas, tragédias e situações aflitivas de diversa índole que a GNR, com a sua dissimulada presença, se poderá gabar de ter evitado.

Mas esta minha opção tem-se revelado extremamente perigosa. Não tanto para mim mas, essencialmente, para os demais utilizadores da via. Nomeadamente por provocar elevados níveis de irritabilidade nos condutores que não estão imbuídos do mesmo espírito e desesperam com o meu zeloso comportamento. O que, amiúde, tem levado a ultrapassagens verdadeiramente alucinantes e, se correrem mal, capazes de arruinar as estatísticas da segurança rodoviária.

A circulação a velocidades ridiculamente baixas, como são as impostas pelo código da estrada, tem, ainda assim, uma enorme vantagem. Os noventa cavalos estão agora muito menos sequiosos. Andam mais devagar, logo bebem menos. O que faz com que a poupança em imposto, que é aquilo que maioritariamente se mete no depósito, apresente valores bastante significativos. Estimo que rondará os trinta por cento. Pelas partes baixas.

O lixo, os lixados e os que se estão lixando...

Kruzes Kanhoto, 07.05.17

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A indignação por lhe despejarem o lixo nas imediações da residência levou um cidadão a deixar uma mensagem ao jarvardo que ali se livrou dos seus resíduos. Pois, caro cidadão indignado, não vale a pena. Contentores e eco-pontos existem por todo o lado. São mais que muitos. Mas, por maior que seja o seu número, os idiotas que atiram o lixo para o lugar que lhes cause menos esforço serão sempre mais. Isto, acredite, não se resolve com apelos, desta ou de outra natureza. Só lá vai com acção. Multas, nomeadamente. Até porque, em muitas circunstâncias que envolvem este tipo de comportamento, é possível identificar os infractores. Mas fazê-lo é um aborrecimento. Para todos.