Logicamente...ninguém fez caso!
Infelizmente as declarações da vereadora da câmara de Lisboa com o pelouro da habitação, uma tal Paula Marques, não suscitaram à comunicação social o interesse que mereciam. Diz a senhora que “temos de retirar a habitação da lógica de mercado”. Ora aí está um tema que, concorde-se ou não com a opinião da autarca, devia suscitar uma profunda discussão. Para, entre outras coisas, ficarmos a saber quem defende que sigamos o caminho para o socialismo, previsto na constituição, e quem prefere continuar a ignorar essa aberração constitucional. Seria uma discussão muito mais interessante, quer-me parecer, do que discutir o regresso do fascismo ou outras parvoíces que os intelectuais de Lisboa gostam de colocar na agenda mediática. Até porque já que discutíamos a habitação, se não desse muito incómodo, discutiam-se também alternativas ao financiamento das autarquias. Nomeadamente a de Lisboa. É que o orçamento daquela edilidade é financiado em mais de um terço pelo sector imobiliário. Privado, diga-se. O tal que é necessário excluir da lógica de mercado, mas que mete mais de trezentos milhões de euros por ano – de forma directa, fora o resto - nos cofres do município lisboeta.