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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 24.09.24

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A agricultura da crise está agora limitada ao quintal cá de casa. Nem, a bem-dizer, lhe devia chamar quintal. É demasiado pretensioso. Dá ares de uma grandeza que não corresponde à sua real dimensão. É mais um pequeno conjunto de pequenos canteiros onde uma ou outra planta da categoria das hortícolas luta pela sobrevivência. O que, como amplamente demonstram as fotografias, não constitui tarefa fácil. Para além de serem obrigadas a sobreviver num meio notoriamente hostil, ainda são vitimas do ataque de hordas de predadores. Desde pássaros esfaimados a lagartas dotadas de uma capacidade inusitada para devorar tudo o que é verde. Ou quase tudo. Nestas pimentinhas – nasceram sem ser semeadas, vindas sei lá de onde – é que não há praga que lhes pegue. Se calhar não apreciam uma relação mais apimentada.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 28.04.24

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A agricultura da crise tem ficado nos últimos tempos para segundo plano na ordem das prioridades cá de casa. As obras de recuperação da, digamos assim, segunda habitação – apenas do interior, se não a “tragédia” ainda seria maior – têm consumido todo o tempo disponível. Para além de, durante meses, terem inviabilizado a utilização do quintal. Mesmo assim, graças à persistência da minha Maria, uma parte foi cultivada. Depois da ervilhas – que já foram – estão agora as favas a dar as últimas. Seguir-se-ão os alhos, que estão com este excelente aspecto e as cebolas também a prometerem uma boa colheita. Isto para além do básico e tradicional de qualquer quintal digno desse nome. Morangos, salsa, coentros, couves e hortelã. Há ainda uns quantos “projectos” de chuchu. Mas esses vamos ver quem é que os vai comer...

Agricultora da crise

Kruzes Kanhoto, 06.05.22

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Cavar este quintal fazia parte das penalizações que me eram aplicadas quando, alegadamente, o meu comportamento de adolescente ultrapassava as linhas vermelhas da tolerância paterna. Outros tempos que, provavelmente, motivaram a minha aversão ao uso da enxada. Hoje está como a “vista aérea” mostra. Não por obrigação, mas antes porque posso, quero, me apetece e, principalmente, graças à minha Maria. A verdadeira mentora desta cena da agricultura da crise. É ela que domina a técnica e que dá a táctica.

Graças a isso a época agrícola anterior foi um sucesso. Poderá ter sido, também, sorte de principiante, mas a menos que alguma praga indesejada - como todas as pragas - entre por ali, a expectativa é que a coisa se repita. Para já está tudo com bom aspecto. Assim as toupeiras, os gatos e outros chegadiços não aborreçam em demasia.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 13.03.22

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Os primeiros nabos e verdura diversa. Alfaces, espinafres, nabiças e outros que tais igualmente verdes. Tudo colheita de sexta-feira lá na UCP. Unidade Colectiva de Produção. Colectiva porque somos dois a bulir. Nada de confusões com aquela cena que envolvia comunistas que espoliavam as terras aos legítimos proprietários. As que, como esta, produziam alguma coisa de jeito, obviamente.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 10.08.21

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Pouco percebo de alterações climáticas. Mas, se calhar, na perspectiva de alguns fundamentalistas isto constitui uma heresia. Um crime, quase. Seriam gajos, se vissem a foto, para se questionar acerca da quantidade de água que foi precisa para produzir estes produtos e, provavelmente, suscitar mais umas interrogações sobre a sustentabilidade do planeta que a mim, pobre agricultor das horas vagas, nem me ocorrem.

Confesso o meu cepticismo sobre as teorias dessa malta do clima. Tão grande, ou parecido, com o que tinha acerca dos resultados da agricultura da crise quando tudo isto foi plantado. Vá lá que não se concretizou e o resultado está à vista. Tudo isto, mais as colheitas anteriores e o que ainda há para colher. Para principiantes a coisa não está má. E, esclareça-se, tudo verdadeiramente natural. Do mais que há. É que estes, ao contrário dos ditos biológicos que podem incorporar até cinco por cento de ingredientes não biológicos, não têm um único produto químico. Zero por cento. Mais biológico é impossível.

E(ra) - Toupeira

Kruzes Kanhoto, 27.04.21

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Como ontem dei conta, no post abaixo, as toupeiras atacaram a horta e, hoje, os estragos já são visíveis. Parece que, ainda assim, a melhor solução é afugentá-las com umas cenas que emitem um sinal sonoro que, diz, é extremamente desagradável para o bicho. Diz, pois até agora não há noticia de queixas por parte dos presumíveis incomodados. Outros esquemas, desde iscos a plantas de odor irritante, parece que não surtirão grande efeito.

Menos mal que há pouco, ao chegar ao local, deparei-me com a primeira baixa. Pode ter-se desorientado com o tal bip-bip irritante e falecido em consequência disso ou, mais provável, foi abatida por um dos muitos gatos que por ali cirandam. Capazes disso são eles. Alguns ainda são gatos à séria. Daqueles que não alinham em mariquices de fazer amizade com pássaros ou roedores. Se continuarem assim sou gajo para lhes perdoar uma ou outra cagadela num sitio menos adequado. Desde que não abusem, claro.



Toupeiras, lagartas e outras apoquentações

Kruzes Kanhoto, 26.04.21

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A agricultura da crise está, como já aqui dei conta em inúmeras ocasiões, sob constante ameaça. De toda a espécie. Lesmas, caracóis, lagartas, pássaros, gatos e outra bicheza não identificada tudo invade o meu quintal. Até uma cobra – a tal víbora cornuda – já aqui me apareceu. Quase parece a reforma agrária da bicharada. Mas, de uma ou outra maneira, os atacantes vão sendo escorraçados e a coisa resolve-se.

Desta vez é pior. O caso é sério. Envolve toupeiras e se não me conseguir livrar das bichas a outra agricultura da crise – a tal 2.0 – está seriamente ameaçada. A ideia não é apenas afugentá-las. Para isso existem umas traquitanas que emitem um som alegadamente incomodativo que, supostamente, as afastará. O pior é que, mais cedo do que tarde, acabarão por voltar. Daí que prefira uma solução que resulte no falecimento dos invasores. Estão em causa os tomates, pimentos e tudo o mais que por lá está plantado. Quem souber de uma “mézinha” suficientemente boa para matar os atacantes, avise.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 20.02.21

 

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Cavar é das actividades que mais detesto. Manobrar uma enxada, picareta ou qualquer outro objecto destinado a revolver a terra desprovido de motor é das coisas que mais me desagrada e aborrece. Em simultâneo. Daí que estas maquinetas, mecânicas ou eléctricas, constituam uma inovação que muito me apraz. A melhor invenção desde a roda, quase.

Esta podia ser uma nova frente da agricultura da crise. Mas não. A praga de gatos que existe na zona desaconselha vivamente qualquer investimento nesse sentido. E agora, que aquilo está praticamente livre de ervas, é que vai ser cagar à vontadinha. Bem que os amiguinhos dessa bicheza os podiam levar para casa!

Os tomates da crise

Kruzes Kanhoto, 16.08.20

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Ter tomates, em tempos de crise, pode ajudar. Este ano, na agricultura da crise e numa inédita parceria, também há disso. Dá para tudo e ao gosto de toda a gente. Uma sopa de tomate para os que gostam de “enfardar”, uma salada para os vegetarianos ou um doce para os gulosos.  Ou, no meu caso que sou um brutamontes em matéria de “morfes”, todos eles. Com crise ou sem ela.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 03.01.20

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Daqui não sairá um molho de brócolos. Nem de longe. São apenas meia-dúzia de exemplares. Que isto o quintal é pequeno, a vontade de cavar não é por aí além e o meu apreço por esta espécie vegetal também não é grande coisa. Mas, contra todas as expectativas, estão surpreendentemente catitas. Os brócolos. Da crise.