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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O elefante na sala que ninguém quer ver...

Kruzes Kanhoto, 08.11.23

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O conflito em curso, de que a guerra entre Israel e o Hamas é apenas uma pequena parte, não podia estar melhor ilustrado do que nesta imagem que ocupa parte da capa de ontem do Diário de Noticias. Se quisermos ver para lá do dramatismo aqui retratado, podemos enxergar o que está verdadeiramente em causa. Há quem tenha vistas curtas e enxote o problema para longe do campo de visão. Depois há os que berram nas ruas europeias, cegos pelo ódio a valores sem os quais não querem viver. Nem conseguiam, mesmo que quisessem. Nada disso minimiza a ameaça que paira sobre a civilização, a liberdade e a democracia nem a torna menos ameaçadora. Antes pelo contrário.

Terroristas do teclado

Kruzes Kanhoto, 25.10.23

Isto da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas tem causado um nível de crispação nas sociedades ocidentais como, assim que me lembre, ainda não se tinha visto. Nomeadamente acerca de assuntos que, directamente e no imediato, não nos dizem respeito. É pior, muito pior, do que a invasão russa da Ucrânia.

Diria que a esmagadora maioria - não digo todos só para não ser demasiado conclusivo – dos que tomam partido contra Israel estão-se nas tintas para os palestinianos. Fazem-no por constituir mais uma oportunidade para destilar ódio contra os EUA, a Nato, a UE e a democracia em geral. Ou a liberdade, que é um conceito que lhes enche a boca, mas de que na verdade não gostam nada. Nunca se manifestarão por iranianos livres, sírios a viver em paz, libaneses a recuperar o controlo do seu país ou afegãos a poderem viver sem medo dos talibans. Tal como nunca saíram à rua pelas incontáveis vítimas do terrorismo islâmico.

Por mim, neste e em todos os conflitos onde um dos contendores não permite que as mulheres usem mini-saia, sei de que lado estou.

Mulheres de armas

Kruzes Kanhoto, 21.06.23

Sou do tempo em que eram raras as mulheres em cargos governativos. Tão poucas que havia quem jurasse por todos os santinhos – nomeadamente Marx, Lenine e outros – que se as mulheres mandassem no mundo existiriam muito menos guerras. Para os mais optimistas – ou feministas, dependendo do ponto de vista – quiçá até acabassem as querelas a envolver meios bélicos e a paz reinasse no mundo. Nunca, como agora, existiram tantas mulheres no poder. Bastantes, por acaso ou não, no cargo de ministras da Defesa. As guerras, no entanto, são mais que muitas. Será apenas coincidência, que não sou gajo muito dado a teorias da conspiração. A única teoria que cai por terra é a dos visionários cheios de certezas quanto ao pacifismo feminino e à capacidade das mulheres em resolver as divergências através do diálogo.

Guerra especulativa

Kruzes Kanhoto, 27.08.22

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De que modo a guerra na Ucrânia influencia o preço da alface no mercado de Estremoz? Esta inquietante questão persegue-me desde que, a meio da manhã, o produtor/vendedor habitual de alfaces me garantiu que o aumento de preço em vinte e cinco por cento, face ao sábado passado, daquele vegetal constituía uma das consequências da invasão da Ucrânia. Perante a minha estupefação – justificada por, de uma semana para a outra, nenhum dos componentes do processo produtivo da alface ter aumentado em valores sequer parecidos com aquela percentagem – acabou por me assegurar que os restantes vendedores de alfaces também praticavam aquele preço e que, portanto, ele não era mais parvo que os outros para estar a vender mais barato. Estratégia que revela claramente a existência um fenómeno de concertação de preços. Procedimento muito usual em todos os sectores de actividade, diga-se, sem que as entidades fiscalizadoras se importem muito com isso.

Não vou, obviamente, comparar o drama da guerra com a carestia de vida. São coisas incomparáveis ainda que a segunda seja, nalgumas circunstâncias, consequência da primeira. Mas, tal como os ucranianos, também a nossa carteira está sob ataque. A subida vertiginosa dos preços constitui, em muitos casos, uma manobra especulativa  sustentada pela ganância. Gosto do lucro, aprecio o mercado e não vou pela conversa do camarada Jerónimo e outros malucos que defendem o tabelamento dos preços. Nem mesmo o da alface. Prefiro o principio da livre escolha. Eles escolhem especular e eu escolho plantar as minhas próprias alfaces.

É mais ou menos o mesmo que o assaltante queixar-se que levou nas trombas...

Kruzes Kanhoto, 11.07.22

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Para os média russos – e para os comunistas portugueses, também - o país agressor é a Ucrânia. A Rússia, coitada, apenas se está a defender do ataque infame que perpetrado pelos ucranianos apoiados pela Nato e restante camarilha europeia. Que cidadãos russos acreditem, não é caso para admirar. Afinal não têm acesso a outras fontes de informação para além daquelas que o regime lhes fornece. Que no ocidente haja quem assim pense é para lá de deplorável. É gente, apesar do discurso mais condicente com o estatuto de vencedora de um qualquer concurso de beleza, que apoia convictamente a Rússia. Estou mesmo convicto que se um dia Putin resolver avançar até ao extremo mais ocidental do continente europeu, isto é malta para ir esperar as tropas russas à fronteira e distribuir-lhes cravos vermelhos ao som da Grândola vila morena.

PS-Hesito quanto à bondade da ideia de proibir a emissão da RT na União Europeia. Admito que a guerra possa suspender a democracia, mas, neste caso, bloquear aquele canal russo só beneficia a própria Rússia. Se os comunistas o vissem, perante tanto disparate, seria quase impossível continuarem a acreditar naquelas patranhas. Ou, se continuassem, ficariamos definitivamente a saber que ainda são mais burros do que aquilo que pensamos.

PCP - Pouco Capacitados para Pensar

Kruzes Kanhoto, 24.03.22

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O PCP está cada vez mais parecido com o MRPP. Como se não bastassem já as cores e os símbolos com que se identificam e, mais recentemente, a aproximação em número de votantes, ambos usam a mesma linguagem alucinada. A deturpação da história é, desde sempre, pratica continuada daqueles dois partidos. A da actualidade também. O estranho não é que moldem a realidade em função das suas crenças delirantes. O inacreditável é que ainda existam alminhas que acreditam ou, pior, repitam cheios de convicção tais alarvidades.

Igualmente inexplicável é esta insistência dos meios de comunicação social em dar um lugar de destaque às opiniões do PCP e do BE. Seja qual for o assunto a estas duas forças politicas, que representam um grupo residual de portugueses, é sempre dado um tempo de antena pouco condicente com a sua representatividade social. Enquanto isso outros partidos bem mais representativos são liminarmente ignorados. Dezassete mil e quinhentos dias em democracia parece que foi tempo bastante para alguns perceberem que a opinião do povo é para respeitar. Mesmo que não se goste. Para censura chegou o tempo da escuridão, como eles dizem.

"Foi só para ter a certeza..."

Kruzes Kanhoto, 20.03.22

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Pouco percebo de estratégia militar. Quando, à força e bastante contrariado, prestei serviço militar na área das Transmissões nada me ensinaram acerca dessas cenas. Nem era preciso. O meu papel, se tivesse havido guerra, era apenas transmitir.

Deve ser por isso que me escapa a lógica de gastar um dinheirão a bombardear um cemitério. Sim, que guerrear sai caro e as bombas estão pela hora da morte. A não ser que aquilo constituísse um alvo estratégico da mais alta importância militar. Isto nunca se sabe o que os mortos andam a congeminar pelo que, na lógica daquelas bestas, o melhor é não facilitar.

Presumo que o partido comunista português, essa organização que há muito devia ter sido proibida, tenha uma explicação extremamente clarividente para justificar mais este acto criminoso. Nem que seja lembrar que um qualquer país ocidental já fez o mesmo, por diversas vezes nos últimos trezentos anos, num lugar qualquer para lá do sol posto.

Diz-me como falas, dir-te-ei quem és...

Kruzes Kanhoto, 09.03.22

Se há coisa que me aborrece, incomoda e faz ferver – tudo em simultâneo – é a chamada linguagem politicamente correcta, inclusiva, neutra, imparcial ou lá o que é. Agora essa forma de falar própria de imbecis aplica-se também à comunicação sobre a guerra. Ao que parece a ONU terá proibido – sim, proibido – os seus funcionários de se referirem à situação na Ucrânia como ‘invasão’ ou ‘guerra’. Ao invés, os funcionários da ONU foram instruídos para usar os termos ‘conflito’ ou ‘ofensiva militar’ para descrever a invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Ao que li, também os especialistas na especialidade de educar criancinhas terão recomendado aos pais – se calhar o linguajar moderno recomenda escrever pessoa que educa, para não ofender ninguém – que usem as mesmas expressões para informar os petizes acerca do que está acontecer. Por mim poupava trabalho a esta gente toda. Diziam logo que a culpa é da Nato, da União Europeia, dos EUA e ficava o assunto arrumado. Nada como falar claro e dizer logo ao que vêm. 

Eles que vão...

Kruzes Kanhoto, 11.12.16

Parece que os dados oficiais apontam para cerca de duas centenas os refugiados que, depois de trazidos para Portugal, já se puseram a andar. Há, no entanto, quem aponte para outros números. Bem mais elevados, ao que consta. Pese a preocupação de alguns partidos, que até já aborreceram a ministra da tutela por causa disso, ou o transtorno que isso possa provocar às instituições que os acolheram, não há como negar que a ida desta gente para outras paragens constitui uma boa noticia. Eles que vão. Desamparem a loja.

Diz que não gostam dos nossos hábitos. Como, por exemplo, trabalhar por pouco dinheiro e isso. Nomeadamente quando noutros países não precisam de bulir para obter subsídios várias vezes superiores ao que ganhariam aqui a trabalhar oito horas. E, melhor ainda, em grandes cidades onde se podem divertir, chatear os nativos e beneficiar das maravilhas de uma civilização que odeiam. Já por cá, coitados, são colocados nas terriolas três dias para lá do sol-posto. Ou, com sorte, naquelas onde Judas perdeu as botas. O que, convenhamos, desagradaria a qualquer um. Mais ainda a refugiado de guerra. Habituado à bombas, tanto sossego até lhe devia causar stress.