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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Ricos grevistas

Kruzes Kanhoto, 13.01.23

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Tenho o maior respeito por todos os que lutam por um futuro melhor. Principalmente ao nível das remunerações. Como é agora o caso da classe docente. Fazem os professores muito bem em reclamar aumentos, progressões na carreiras ou seja lá o que fôr que lhes acrescente uns euros ao final do mês. Para chatice já lhes chega aquela cena de andarem anos a fio com a casa às costas.

O que não acho nada bem – a ser verdade, obviamente -  é andarem a financiar grevistas, de outras categorias profissionais, que não têm nada a ver com aquelas lutas. Não é que não possam. Podem isso e muito mais. Pelo menos a julgar pelos valores com que se aposentam. Mas fica-lhes mal comprar a solidariedade de quem ganha pouco mais do que o salário mínimo. Não estão a dar um grande exemplo aos seus alunos, convenhamos.

Cuidado com o que desejam...

Kruzes Kanhoto, 02.02.20

Trabalho há vinte cinco anos e ganho mesmo de quem entrou ontem...” queixava-se uma manifestante, funcionária pública, a propósito dos motivos que a levaram a fazer greve e a participar na manifestação do sector. Bom, isto assim fica difícil de entender. Ainda não passaram meia dúzia de meses esteve no meu local de trabalho um sindicalista a incentivar-me a votar “nos partidos que constituem a actual solução de governo” que, dizia, era “essencial para isto não voltar para trás” e agora já estão zangados com a “solução” que quiseram manter? Anda, por outro lado, toda a gente a queixar-se da miséria que constitui a remuneração mínima nacional, das desigualdades salariais e dessas cenas assim mas, quando estamos a caminhar aceleradamente para ganharmos todos o mesmo e sermos todos iguais na pobreza, já não gostam? Oh pá, decidam-se!

E o planeta B?

Kruzes Kanhoto, 13.08.19

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Isto da greve dos motoristas que transportam combustíveis está a servir para muita coisa. Para dar maioria absoluta ao Costa garantem uns, levar à revisão da lei da greve suspeitam outros ou de ensaio para, em futuras ocasiões, aplicar o mesmo principio dos serviços mínimos e, assim, esvaziar os efeitos de qualquer paralisação laboral segundo mais uns quantos.

Até pode ser que todos tenham razão. Mas esta greve está, também, a pôr a nu toda a hipocrisia que por aí vai a propósito do ambiente. Parece que, assim de repente, a redução das emissões de gases, a diminuição do consumo de combustíveis fosseis e mais não sei o quê relacionado com o modo como usamos o automóvel, tudo isso de uma só vez, deixou de ter importância. Ninguém, perante a eminência de ficar sem aquilo que faz andar o popó, se lembrou das alterações climáticas e todos parecem ter esquecido que não temos um planeta B. Ou lá o que é. Depois querem ser levados a sério. Cá para mim, quando voltarem a aborrecer com essas tretas, vão de carrinho.

Camionistas e outros grevistas

Kruzes Kanhoto, 11.08.19

Acerca da greve dos camionistas penso o mesmo do que relativamente a todas as greves em que o alvo – ou a vitima, se quisermos – não seja única e exclusivamente a entidade patronal. Seja qual for o sector de actividade que resolva ficar inactivo. Não respeito os grevistas e penso deles o pior possível. Não aceito que numa greve – por exemplo dos transportes, na saúde ou na educação – sejam os utentes, os doentes ou os alunos a sofrerem as consequências. Sem, obviamente, terem patavina de culpa. Enquanto o patrão Estado fica apenas com o “encargo político”. Seja lá isso o que for e valha o que valer. E valerá muito pouco se, como actualmente, a máquina de propaganda souber tornear a coisa.

Nisto dos camiões tenho apenas, no plano teórico, uma inquietação que não pára de me moer. O que estaria a acontecer se o governo ainda fosse o do Passos Coelho? Nem consigo imaginar. Tão pouco quero. Devíamos estar à beira da guerra civil ou de algo ainda pior, na certa. Quanto ao resto estou-me nas tintas. Espanha é já ali.

Escolhidos a dedo. Do meio.

Kruzes Kanhoto, 28.07.19

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Para o governo, qualquer que ele seja, o país resume-se a Lisboa e Porto. Quando muito, com um pouco de boa vontade e após uns quantos protestos, a fronteira alarga-se até aos cinquenta quilómetros contados a partir da linha de costa. O resto que se lixe. Não tem eleitores, logo não importa. O desprezo atingiu o ponto máximo do descaramento quando, na anterior greve dos camionistas do Pardal, os serviços mínimos se resumiam às duas maiores cidades. Os restantes portugueses que se desenrascassem.

Para próxima, que será já um dia destes, a coisa está a ser melhor acautelada. Presumo, até, que a escolha dos postos de abastecimento tenha sido feita de acordo com rigorosos estudos científicos. Ou, assim numa de grande maluqueira, pelas vendas dos ditos. Quiçá, talvez não fosse totalmente despropositado, pela localização estratégica. Às tantas foi tudo isso em simultâneo e eu é que não estou a alcançar a genialidade das escolhas. É que já nem ligo a não haver nenhum em Estremoz. Mas dois em Elvas, o Pingo Doce de Borba e um mesmo junto à fronteira do Caia?! Isto nem com um desenho lá vai...

Greve climática

Kruzes Kanhoto, 23.05.19

Greves há muitas. Umas mais valorizáveis, outras menos, dependendo se o sindicato ou a causa estão ou não nas boas graças da esquerda. Que é, como se sabe, quem tem legitimidade moral para decretar se uma paralisação laboral constitui, ou não, uma legitima forma de luta ou, pelo contrário, não passa de uma misera provocação patrocinada pelo grande capital.

Parece que lá para o fim de Setembro vamos ter mais uma greve. Geral, desta vez. Por causa do clima, ou lá o que é que anda agora a preocupar alguns jovens. Poucos, desconfio, a julgar pelos hábitos de consumo e a ausência, pelo menos em público, de comportamentos que indiciem preocupações ambientais.

Presumo que essa vai ser uma das greves mais valorizáveis do ano. Talvez consiga, até, a maior adesão de sempre. Nomeadamente entre aquela malta das cidades. Que é onde está aquele pagode que sabe o que é bom para o planeta, o ambiente em geral e o mundo em particular. Propaganda na comunicação social de certo não lhe faltará e finórios a apelar à mobilização das massas também não. Um assunto a acompanhar com toda a atenção que o acontecimento merece, portanto. E todo o desinteresse, também. Eu, se puder, irei trabalhar.

A greve, a discriminação e os votos

Kruzes Kanhoto, 17.04.19

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Esta greve dos gajos que transportam mercadorias perigosas suscita-me umas quantas questões. Cada uma mais impertinente que outra. Logo, a começar, pela mais inquietante de todas. Não há, aparentemente, gajas a transportar estas cenas. O que, obviamente, configura uma clara discriminação em função do sexo. Ou género, ou lá o que é. Mesmo negros, chineses, ciganos, anões e LGBTetc também não parecem abundar entre a classe. Algo verdadeiramente abominável e a merecer a atenção do Bloco de Esquerda, de associações diversas que vivem à conta do Estado e de um alto comissariado qualquer.

Posto isto vejamos então o acessório. O abastecimento ao país, por exemplo. Coisa, dada a manifesta relevância da anterior, de muito menor importância. Os serviços mínimos serão apenas para Lisboa e Porto. O resto que se desenrasque. Mesmo que naquelas regiões até tenham aquilo do passe ao preço da uva mijona. O que, bem visto, tem a sua lógica. Se não têm transportes, infraestruturas ou serviços públicos por que raio devem, os poucos que insistem em viver fora das grandes metrópoles, ter direito ao abastecimento de combustível? Que, por enquanto, é só o que está em causa. Um dia destes logo se vê o que será mais. Percebe-se a opção e o abandono do restante território. Rendemos poucos votos e, em caso de necessidade, podemos sempre ir abastecer - o depósito e a despensa - ali ao lado. A Espanha. O fisco espanhol e a nossa carteira agradecem o desprezo.

Greve inclusiva. Inclusivamente ao consumo.

Kruzes Kanhoto, 20.02.19

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Greves, greves e mais greves. Por tudo e por nada, quase. Embora, reconheça-se, a greve constitua um direito pelo qual eu, que sou um grevista não praticante, tenho um enorme apreço e uma invulgar simpatia.

Por isso manifesto, desde já, o meu incondicional apoio à greve anunciada nestes mini-cartazes, folhetos, papéis ou lá o que se queira chamar. Concordo com todas as reivindicações. Mesmo que não saiba ao certo o que é essa coisa da “educação sexual inclusiva”, nem tencione deixar de consumir no dia marcado para a jornada de luta contra a “sociedade de consumo”.

Desconfio que isso da “educação sexual inclusiva” deve ter a ver com introduzir cenas nos orifícios errados. Assim, tipo, lápis nos ouvidos ou nas narinas. Mas também não me interessa muito, que isto cada um goza a seu modo. Como sempre garantia, convictamente, a minha avó quando a informavam dos gostos esquisitos de algum invertido. Já acerca daquilo da “sociedade de consumo” estou mais ou menos elucidado. É aquela “sociedade” onde gente como os promotores de iniciativas desta natureza, vive à conta dos pais até ter idade para viver à conta dos filhos. Ou à nossa. Vai dar ao mesmo.

Direitos há muitos seus palermas!

Kruzes Kanhoto, 04.04.18

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Toda a gente tem o direito a fazer greve. Bom, toda a gente é como que diz, se calhar naqueles países onde vigorou – ou onde ainda vigora – a política defendida pelo partido comunista e por outros esquerdalhos, não seria bem assim. Mas adiante, que isso é passado e, exceptuando por cá, já ninguém quer saber dessa camarilha. Ainda assim surpreende-me a distinta lata daquela malta e as implicâncias com a companhia aérea que tem alguns dos seus funcionários em greve. Para essa tropa apenas importam a meia dúzia de grevistas. Os passageiros que se lixem. Centenas ou milhares de pessoas adquiriram um serviço na convicção que o mesmo lhes seria prestado e quando a empresa faz o que pode para cumprir o contrato, tem estes inúteis à perna. Que, pasme-se, ainda acham que estão a fazer uma grande figura! Só falta sugerir que o governo nacionalize a companhia ou, em alternativa, que o pessoal passe a voar na Air Koryo. Diz que lá os trabalhadores nunca fazem greve.