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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O circo chegou ao cais

Kruzes Kanhoto, 03.12.19

A pequena Greta chegou, finalmente, a Lisboa. Não era sem tempo. Já enjoava. Fez bem a catraia em atravessar o Atlântico num barco que não deixa pegada ecológica. Há que ser coerente e, pelo menos neste aspecto, nada haverá a apontar à activista sueca a quem, parece, roubaram os sonhos, a infância e essas cenas.

À espera da moçoila estava um magote de gente. Jornalistas, ambientalistas e seguidores, nomeadamente. Para além de outros basbaques que aparecem sempre quando suspeitam que há câmaras de televisão nas imediações. Raros, presumo, terão utilizado meios de transporte amigos do ambiente para ali chegar. Mas, para o efeito, pouco importa. O que interessa é alimentar o circo. Por este andar o melhor é alguém começar a pensar numa maneira de proteger o planeta dos seus defensores.

Greta, o rebanho e as premonições

Kruzes Kanhoto, 25.09.19

Longe de mim duvidar das alterações climáticas e disso. Não tenho conhecimentos científicos, técnicos ou de outra natureza que me permitam grandes dissertações acerca destas matérias. Mas, confesso, sou muito céptico relativamente às premonições de alguns cientistas. Nomeadamente desde que ouvi conceituados académicos da área considerar o Alqueva um elefante branco pois, na sua douta opinião, jamais encheria. Ou, condescendiam outros, demoraria pelo menos uns vinte anos a encher. Um ano depois estava cheio...

É por outras, mas principalmente por estas, que acho existir demasiado histerismo em torno da menina Greta. Não vejo, assim de repente, motivo para tanto. A coisa resume-se apenas a uma gaiata que quer é aparecer, órgãos de informação a ver se ganham “algum” e políticos a aproveitar a onda. O habitual, portanto. Entretanto pelas redes sociais é ver uma multidão tecer loas à catraia e a proclamar juras de amor eterno ao ambiente. Nada de especial, também. É o habitual comportamento de rebanho. Ou a bovinidade do ser humano, como escrevia o outro.

Pouco, ou mesmo nada, na pirralha é genuíno. Quem, naquela ou noutra idade, proclama que os lideres mundiais lhe roubaram a infância e o futuro, não pode bater lá muito bem da moleirinha. Fosse ela síria teria toda a razão. Assim fala de barriga cheia.