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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Cartas e manias

Kruzes Kanhoto, 14.08.20

Conheci em tempos um gajo que escrevia cartas a ele próprio. Manias de uma época em que cada um ainda podia ter as que muito bem entendesse. Lembro-me também de um outro cavalheiro, na altura chefe dos carteiros, cujo passatempo era escrever cartas anónimas. A mim calhou-me uma. Já nem me recordo a que propósito mas, de certeza, não era nada de especialmente relevante. Recordo-me igualmente de, quando estava na tropa, umas quantas moçoilas cá cidade terem por divertimento telefonar, de forma anónima, para o quartel. Só para reinar com a malta, acho eu.

Soube-se agora que uns certos activistas – gajos e gajas das causas – terão recebido mensagens de correio eletrónico a convidá-los a procurar outro lugar para viver. Coisa que, vá lá perceber-se porquê, está a deixar as “elites” em polvorosa. O resto do país não quer saber. Tem mais com o que se preocupar – os impostos, por exemplo – do que as manias e passatempos de gente que quer é aparecer.

A greve, a discriminação e os votos

Kruzes Kanhoto, 17.04.19

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Esta greve dos gajos que transportam mercadorias perigosas suscita-me umas quantas questões. Cada uma mais impertinente que outra. Logo, a começar, pela mais inquietante de todas. Não há, aparentemente, gajas a transportar estas cenas. O que, obviamente, configura uma clara discriminação em função do sexo. Ou género, ou lá o que é. Mesmo negros, chineses, ciganos, anões e LGBTetc também não parecem abundar entre a classe. Algo verdadeiramente abominável e a merecer a atenção do Bloco de Esquerda, de associações diversas que vivem à conta do Estado e de um alto comissariado qualquer.

Posto isto vejamos então o acessório. O abastecimento ao país, por exemplo. Coisa, dada a manifesta relevância da anterior, de muito menor importância. Os serviços mínimos serão apenas para Lisboa e Porto. O resto que se desenrasque. Mesmo que naquelas regiões até tenham aquilo do passe ao preço da uva mijona. O que, bem visto, tem a sua lógica. Se não têm transportes, infraestruturas ou serviços públicos por que raio devem, os poucos que insistem em viver fora das grandes metrópoles, ter direito ao abastecimento de combustível? Que, por enquanto, é só o que está em causa. Um dia destes logo se vê o que será mais. Percebe-se a opção e o abandono do restante território. Rendemos poucos votos e, em caso de necessidade, podemos sempre ir abastecer - o depósito e a despensa - ali ao lado. A Espanha. O fisco espanhol e a nossa carteira agradecem o desprezo.

Insultar está a ficar difícil...

Kruzes Kanhoto, 30.06.18

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Sabe-se que quem disputa não mede bem as palavras. Daí que qualquer desinquieta entre duas pessoas – ou mais, mas fiquemos pela parelha para simplificar – envolva a troca de insultos. Mas isso, pelo caminho que isto está a levar, terá os dias contados. A menos que os envolvidos queiram arriscar pesadas condenações. Não pelas eventuais maleitas físicas que possam provocar ao outro – que um olho furado ou uns miolos à mostra não têm importância nenhuma - mas, antes, por causa das palavras proferidas durante a refega. Estas sim, são perigosas. Podem consubstanciar uns quantos crimes de ódio. Daqueles gravíssimos. E que, certamente, consubstanciam.

O mais avisado é evitar zaragatas. Mas, não sendo de todo possível, o ideal é o oponente ser um homem, branco, heterossexual, sem qualquer defeito físico ou mental e, preferencialmente, que não seja pobre. Mas, ainda assim, são de evitar durante a peleja referências à mãe da criatura ou às suas orientações políticas. A menos que as últimas incluam a admiração por Trump ou a simpatia por tendências fascistas, o que constituiria um insulto bastante valorizável. Todas as restantes ofensas podem ser consideradas como uma atitude discriminatória ou, pior, uma fobia. Conhecida ou, ainda, por inventar.

O amor é uma coisa muito linda...

Kruzes Kanhoto, 20.06.18

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Isto das novas tecnologias é uma coisa catita. Antes - em tempos idos, digamos – havia os anúncios nos jornais e nas revistas, nomeadamente na “Crónica Feminina”, onde o pessoal – tropas e presos na sua maioria, acho eu – publicitava a vontade de conhecer a miúda dos seus sonhos.

Hoje é tudo muito mais moderno, rápido e eficaz. A começar por – e ainda bem que assim é – serem também elas a publicitar o desejo de encontrar um parceiro. Depois, graças à Internet e outras modernices, queimam-se logo uma quantidade de etapas. Nada de esperar pela volta do correio. Nem, tão-pouco, pela chegada de uma fotografia que confirme os atributos até aí imaginados. Agora sabe-se e vê-se logo tudo. Bom...mais ou menos!

O povo está com eles...

Kruzes Kanhoto, 15.10.17

Tenho manifesta dificuldade em entender o que move as multidões que se arrastam atrás dos políticos. Mais ainda quando os políticos são tipos como o Isaltino, o Sócrates ou o Valentim. Isto só para citar alguns. Pode, em certos casos, a causa do entusiasmo perante o figurão ter a ver com reconhecimento de favores passados ou a expectativa de benesses futuras. Não negligencio, também, a possibilidade de, outros, serem apenas figurantes contratados para a ocasião. Assim uma espécie de precários do aplauso, digamos. Todos esses, de alguma forma, ainda os consigo entender. Até perdoar, vá. Agora os que lá andam por convicção e por acreditarem piamente nas virtuosas qualidades de que as criaturas serão dotadas, é que se trata de um comportamento que está para além da minha compreensão.

Sócrates foi ontem recebido no Porto em apoteose. Pelas palavras que foi possível ouvir e pelas caras que pudemos reconhecer entre os presentes, ficámos a saber que o Partido Socialista – ou, pelo menos, parte dele – estará ao lado do ex-primeiro ministro. Preocupante, mais ainda por se tratar do partido que governa, mas nada de surpreendente. A “família”, por norma, protege os seus.

Evolução, dizem eles.

Kruzes Kanhoto, 27.07.17

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Cada um peticiona o que muito bem entende. E, para peticionar, nem precisa sair de casa. Deve ser por isso que essas coisas das petições são mais que muitas. Tantas que até aborrecem.

Dando uma olhadela pelos sites que promovem essas actividades lúdicas, percebe-se que quase todas são acerca de coisas importantes. Cães, na maioria. Deve ser o que mais preocupa esse exercito de desocupados. Querem - melhor, exigem - os peticionários de uma delas que os seus amiguinhos de quatro patas possam acompanhar os donos em centros comerciais, supermercados, restaurantes, hotéis, cafés e aceder livremente às praias. Dizem eles que é o que já acontece em muitos países mais avançados. Achava eu que o tempo em que homens e animais partilhavam o espaço seria nos tempos das cavernas ou daqueles casebres de aspecto bíblico mas, pelos vistos, há umas bestas que acham o contrário.

Talvez num futuro próximo esta gente consiga o que pretende. Quiçá, nessa sociedade mais evoluída, eu tenha o privilégio de refeiçoar num restaurante enquanto o cão da mesa ao lado manda uma cagada ou de apanhar sol na praia ao lado do canito que se está a espojar alegremente na areia. Talvez até - apesar de, curiosamente, isso ainda não ter sido reivindicado pelos patetas da causa - todos possamos ir à opera, ao teatro, ao cinema ou assistir a um show erótico acompanhados do cachorro. Isso é que era evolução. Peticione-se!

Osculações

Kruzes Kanhoto, 25.05.17

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 Fonte da imagem: Reprodução/Chris Sembrot

 

Diz que uma escola secundária está em pé de guerra por causa da reprimenda do conselho directivo a duas alunas que terão sido avistadas a beijarem-se. Não será, digo eu, motivo para tanto. Nem para reprimendas ou, ainda menos, para guerras. Isto cada um – e cada uma, também – beija o que lhe dá na realíssima gana e ninguém tem nada a ver com isso. Além dessa coisa da discriminação, ou lá o que é, que, parece, estará na origem do aquecimento dos ânimos. Assim de repente não estou a ver onde está o mal. Duas gajas na beijoquisse pode ser, admito, um bocado badalhoco. Mas, se quisermos ir por aí, nem sei o que diga de uma gaja e um cão na maior lambideira. Mas disso ninguém reclama. Até acham todos muito engraçado. Menos eu, que acho um nojo.

Liberdade. É disso que se trata, gajas!

Kruzes Kanhoto, 17.06.16

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Por um acaso qualquer, que me esforçarei por não repetir, dei por mim a ler um blogue de gajas. Daqueles que, volta e meia e sabe-se lá porquê, estão em destaque no Sapo. Para meu espanto, quer a gaja autora quer as gajas comentadoras estavam manifestamente encantadas com a proibição – censura, é capaz de ser mais apropriado – imposta pelo autarca de Londres à exibição de publicidade, que envolva mulheres com pouca roupa, nos transportes públicos daquela cidade. Esta opinião escapa, confesso, ao meu entendimento. Provavelmente todas elas, as gajas do blogue, serão gordas, feias e mal-apessoadas. Uns camafeus, em suma. Embora isso não se afigure – excepto, quiçá, para as próprias – como um problema de especial importância. Não precisam é de ser invejosas.

Se calhar, um destes dias, por lá, terão de passar a andar na rua um pouco mais cobertas. Coisa que, de certo, também não vão achar mal. Talvez, até, mais dia menos dia, dar porrada na mulher deixe de ser considerado crime. Nessa altura, possivelmente, gajas como as do tal blogue de gajas poderão começar a pensar que talvez se esteja a ir um nadinha longe de mais. Então o mais certo é já ser demasiado tarde. Mas pedir a uma gaja – ou mais – que escreve para gajas, num blogue de gajas sobre coisas de gajas, para perceber que se trata de uma questão de liberdade e não de estética é, seguramente, pedir demais.

"Ganda" invenção!

Kruzes Kanhoto, 25.08.15

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Aplaudo, como quase toda a gente, os avanços da medicina e saúdo o surgimento de novos fármacos com entusiasmo (a bem-dizer não faço nada disso mas pareceu-me uma boa maneira de começar o post). No entanto esta coisa do “viagra” para as mulheres parece-me uma ideia potencialmente perigosa. É que, se bem percebo, caso o tal comprimido corresponda às expectativas, vai trazer de volta ao activo um significativo número de gajas que, até agora, não estariam para aí viradas. Pior - ou melhor,  quiçá - aquilo não terá apenas um efeito orientado para um determinado momento e limitado a um certo intervalo temporal. Facto que, não sendo necessariamente mau nem especialmente preocupante, pode suscitar uma infinidade de problemas. Tantos quantos a imaginação mais prodigiosa conseguir imaginar. O que trará, imagino, consequências que agora nem imaginamos...

Moda

Kruzes Kanhoto, 14.06.15

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A moda é uma coisa chata. Sem piada. Nem sei como é que o gajedo – e uns quantos panilhas, também – perdem tanto do seu escasso tempo de vida a falar ou escrever acerca do assunto. Muito mais animado seria se os gajos do marketing conseguissem pôr o pessoal a trajar fatiotas como a da senhora da foto. O limite seria a criatividade dos designers...