Cartas e manias
Conheci em tempos um gajo que escrevia cartas a ele próprio. Manias de uma época em que cada um ainda podia ter as que muito bem entendesse. Lembro-me também de um outro cavalheiro, na altura chefe dos carteiros, cujo passatempo era escrever cartas anónimas. A mim calhou-me uma. Já nem me recordo a que propósito mas, de certeza, não era nada de especialmente relevante. Recordo-me igualmente de, quando estava na tropa, umas quantas moçoilas cá cidade terem por divertimento telefonar, de forma anónima, para o quartel. Só para reinar com a malta, acho eu.
Soube-se agora que uns certos activistas – gajos e gajas das causas – terão recebido mensagens de correio eletrónico a convidá-los a procurar outro lugar para viver. Coisa que, vá lá perceber-se porquê, está a deixar as “elites” em polvorosa. O resto do país não quer saber. Tem mais com o que se preocupar – os impostos, por exemplo – do que as manias e passatempos de gente que quer é aparecer.