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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Velhofobia futebolística

Kruzes Kanhoto, 05.05.23

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Esta coisa do racismo já enjoa. A parvoíce é de tal ordem que basta alguém ficar chateado, por um motivo fútil qualquer, para desatar a berrar que foi vitima de racismo. Faz-me lembrar umas certas criaturas que, quando apanhados a roubar e obrigados a devolver o produto do roubo, guincham estridentemente “aiiii raciiiiiistas”!!!!!
Agora foi um jogador de futebol, com mais de quarenta anos e sobejamente conhecido por atitudes pouco próprias dentro de campo – recorde-se aquela barbara agressão a um adversário quando jogava num clube espanhol – que terá apresentado queixa por racismo na policia por um jogador da outra equipa lhe ter chamado “mono”. Não percebo porque razão se ofendeu. “Mono” é, em Portugal, o nome dado a um objecto doméstico, geralmente velho e de grandes dimensões. Parece-me apropriado que alguém lhe tenha chamado isso. É grande,  velho para jogador  e a sua atitude em campo constitui um estorvo ao futebol. Nomeadamente àquele que se joga com lealdade e sem atitudes manhosas. Tratar-se-á, quando muito, de velhofobia futebolística.

Fátima, futebol e falcatruas

Kruzes Kanhoto, 09.05.22

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Não consta que a Senhora de Fátima seja portista ou, sequer, se meta em política ou assuntos futebolísticos. Terá, quando muito, intercedido a nosso favor quando de um derrame de petróleo, ocorrido já lá vão uns anos, ao largo da Galiza. Mesmo assim o treinador do Porto fez questão de lhe agradecer as alegadas graças recebidas e que lhe permitiram ganhar o campeonato do pontapé na bola. Fez bem, o cavalheiro. Se bem que essa parte do cavalheiro, atendendo ao seu comportamento dentro dos estádios de futebol, não passa de um eufemismo mal-enjorcado. Mas, reitero, fica-lhe bem o agradecimento. Até porque Fátima e futebol têm, desde o início de ambos, muito mais em comum do que aquilo que se pode suspeitar. Os pastorinhos da Cova da Iria e os árbitros portugueses comungam uma capacidade visual muito peculiar, chamemos-lhe assim, para ver coisas que mais ninguém vê.

Secou-se-lhes a saliva...

Kruzes Kanhoto, 05.03.20

Admito que, dadas as circunstâncias – nomeadamente as das ultimas semanas, tenho andado menos atento ao fenómeno desportivo. Deve ser por isso, ou por outra coisa qualquer que se me esteja a escapar, que me parece não existir por aí um grande entusiasmo com a operação “fora de jogo”. Aquela que anda a investigar uns quantos clubes e agentes ligados ao futebol. Pelo menos o nível de burburinho não tem comparação com aquele que ocorria quando, noutras ocasiões, as buscas se centravam unicamente ali na zona do Colombo.

Ocorreu-me, a este propósito, visitar meia-dúzia de perfis no Facebook e no Twitter de gente que com uma frequência doentia postava opiniões, frases feitas e idiotices diversas acerca de negócios manhosos do Benfica, enquanto simultaneamente se desfazia em elogios e se babava com as denuncias do pirata informático engaiolado. Devem ter levado sumiço, a maioria. Outros baixaram o tom para o nível pianinho. Vá lá saber-se porquê. Embora eu calcule que seja por causa da teoria que defenderam durante muito tempo segundo a qual o melhor ainda estava para vir. Vão ver está mesmo…

Remate kruzado

Kruzes Kanhoto, 21.02.20

Muito se tem discutido acerca da alegada impunidade que se vive no futebol. Nomeadamente dentro dos estádios onde, garantem alguns, se podem praticar as mais diversas selvajarias sem que daí resultem consequências para ninguém.

Diz-se – e escreve-se – que aquilo da bola é um mundo à parte. Hesito quanto a isso. O clube de futebol do Porto, por exemplo, foi hoje castigado com um jogo à porta fechada. Parece que um adepto da agremiação terá atingido um policia com uma cadeira durante um jogo. Nada indica que alguém com responsabilidade no clube da fruta tenha dado ordens ao energúmeno para atingir o agente da autoridade. Mas, ainda assim, é a instituição a arcar com as consequências do acto praticado pelo idiota do adepto.

Ora, ainda não foi assim há tanto tempo que no Continente de Estremoz, durante uma altercação, um cigano atingiu um policia com um objecto idêntico. Uma cadeira. Cena tele-visionada pelo país inteiro, recorde-se. No entanto o dito estabelecimento comercial, ao contrário do fcp, não foi punido com um dia sem clientes. Nem, ao que se saiba, com outra punição qualquer.

Não sei, portanto, quem goza de mais impunidade. Se os clubes de futebol ou as superfícies comerciais, os adeptos ou os clientes desordeiros. Já, presumo, a diferença entre cadeiras não deve ser grande e o lombo dos policias atingidos também não será muito diferente.

Remate kruzado

Kruzes Kanhoto, 09.02.20

Não percebo nada de bola. É por isso que me sinto tão à vontade para dissertar acerca do jogo de ontem. Aquele que envolveu uns quantos arruaceiros, dentro e fora do campo, mais uma quantidade de gente empenhada em manter a competitividade do campeonato. Aquilo teve de tudo. Antes, durante e depois do jogo. Menos futebol. Disso é que não vi nada. Apenas pancadaria e cenas parvas antes da partida, profissionais a praticar a arte errada durante a contenda e, depois, uns quantos patetas a comentar algo completamente diferente daquilo que a realização televisiva me mostrou.

O futebol é uma guerra. A norte sabe-se disso. E pratica-se com todo o empenho. Desde os bonecos na auto-estrada, às bolas de golfe nos estádios e a qualquer cena esquisita que faz certos praticantes da modalidade ver a canela do adversário – inimigo, para eles – estender-se até ao pescoço. Esta postura, ou lá o que é, às vezes resulta. O pior é a ressaca. Belenenses e Famalicão que o digam. Quanto ao FCP logo se vê para a semana.

Depois há os árbitros e aquela malta que pugna pela cena da competitividade. O SLB ontem, obviamente, não podia ganhar aquele jogo. A agremiação cuja claque apoia a equipa com impropérios aos adversários – coisa que deve ser única no mundo e que só revela a pequenez da instituição – jamais podia ficar a dez pontos do primeiro lugar. Estava-se mesmo a ver o que ia sair dali. Até eu adivinhei. Foram, à pala disso, os €€€€ mais fáceis de sempre de ganhar no Placard...

Mais um comendador...

Kruzes Kanhoto, 22.12.19

Um exagero esta histeria à volta do Jesus. O Jorge. O homem pode ser - como muitos outros -  um bom treinador de futebol, mas o tempo de antena que lhe dedicam é manifestamente exagerado. Menos mal que choveu e que a equipa do gajo não ganhou. Caso contrário teríamos assunto para vinte minutos de telejornal. Tenho é pena dos alemães. Aquilo lá para a Alemanha deve ser uma festa por o Klopp ter ganho o mundial de clubes. Diretos, reportagens, comentadores, histórias de vida, os amigos de infância, condecorações, a Merkel a dizer coisas...Nem quero imaginar.

Sexismo? As coisas que estes fascistas inventam...

Kruzes Kanhoto, 14.07.18

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Diz que a FIFA vai proibir a exibição de imagens de espectadoras consideradas atraentes nas transmissões televisivas dos jogos de futebol. Para já será apenas no jogo da final do campeonato do Mundo mas, prometem, a intenção é alargar a toda e qualquer jogatana que envolva pontapé na bola. Parece que é por causa de uma coisa chamada sexismo, ou lá o que é, que eu na minha ignorância nem desconfio o que seja. Às tantas ainda é alguma doença, ou isso. Contagiosa, se calhar. Mas, de uma coisa eu sei. De ora em diante cada mulher que, estando nas bancadas de um estádio, veja o seu rosto num ecrã vai achar que é feia.

Isto parece cada vez mais aquela cena da rã que cai no caldeirão que vai ser posto ao lume. De inicio a agua morna até lhe é agradável. O pior é que a temperatura vai subindo e quando dá por ela está cozida. Assim estamos nós enquanto sociedade. Somos diariamente martelados com campanhas de desinformação acerca de perigos imaginários – desde a extrema direita ao Trump – enquanto aos poucos, com falinhas mansas e a coberto de conceitos aparentemente muito evoluídos vão impondo a ditadura, a repressão e acabando com os valores ocidentais. Um dia destes estamos como a rã. Cozidos.

Há uma linha que separa um maluco de um parvo...

Kruzes Kanhoto, 20.05.18

Uma entidade emissora de obrigações adiou hoje, em seis meses, o pagamento das mesmas bem como dos respectivos juros. Parece-me, assim de repente, um caso grave. Capaz, até, de minar a pouca confiança que ainda restará no sistema financeiro nacional.

Quem investiu – e pode ser qualquer um nós, ainda que indirectamente – corre o risco de nunca mais recuperar o investimento. A menos que o Costa lhes acuda, como já fez com os alegados lesados do BES. Ou, pior ainda, que o governo resolva socorrer a instituição em causa. O que não me surpreenderia por aí além, diga-se.

Entretanto, enquanto aquilo se afunda e arrasta com ele as economias de quem lá pôs o dinheiro, o folclore continua. Para enganar os tolos e esconder aquilo que é verdadeiramente importante, desconfio. Depois chamem-lhe maluco… mas parvo é que ele não é!

Prioridade à bola

Kruzes Kanhoto, 28.04.18

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Diz que a justiça estará a investigar, detalhada e exaustivamente, todos os jogos do Benfica realizados nos últimos cinco anos. Deve ser investigação para manter os nossos justiceiros ocupados durante uns tempos. Mas ainda bem, que isto da bola tem de ser levado a sério. Até porque essa coisa dos três grandes, seja qual for a modalidade, ganharem quase sempre e serem campeões muitas vezes – consecutivamente, com frequência – deixa-me com a pulga atrás da orelha. É estranhíssimo os melhores ganharem sem ser com manhosices, não é?

Entretanto Porto e Sporting reivindicam para si o estatuto de clube mais titulado de Portugal, reclamando, cada um deles, mais de vinte mil títulos conquistados no conjunto das modalidades que praticam. Contenda que, presumo, um dias destes será dirimida na justiça. Que é para causas nobres e determinantes que ela serve. Isto, claro, após investigar se não houve marosca na obtenção de cada uma dessas vitórias. A menos, teoria a não descartar, que o facto de equiparem de verde ou de azul seja motivo mais do que suficiente para a isenção de suspeitas.

Enquanto isso, apenas estão sob a alçada da lei meia-dúzia de políticos. Não há vagar para investigar todos os outros milhares, actuais e passados, que exercem ou exerceram funções executivas na governação central, regional e local. A esmagadora maioria, obviamente, não será corrupta. Mas convinha, digo eu, que todos percebêssemos a razão porque entram para lá pelintras e saem com um património pouco compatível com o vencimento. Respeitem-se, no entanto, as prioridades da Justiça. Se a bola está primeiro, que assim seja.

Vaucher, email ou azelhice?

Kruzes Kanhoto, 27.01.18

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Que me lembre – e já me lembro de muita coisa – nunca o país assistiu a um ataque dirigido a ninguém, nem a nenhuma instituição, como aquele de que o Benfica está a ser alvo. O desespero pela ausência de vitórias pode, admito, servir de justificação. Não pode é justificar tudo. Sejam os depósitos nas contas dos árbitros, a invasões dos locais onde os mesmos se treinam ou a violação do sistema informático de uma empresa cotada em bolsa. Tudo perante o alheamento da justiça – da desportiva e da civil – e o gáudio da miserável comunicação social que temos.

Não ponho, obviamente, a mão no fogo por ninguém. Ando cá há anos suficientes para saber que não há inocentes. Mas o que de verdade me surpreende, ainda mais do que outras coisas, é não haver uma alma que se lembre de esmiuçar os auto-golos e os penáltis do Tonel – ah, espera, esses beneficiaram o Porto e o Sporting – nem aquele falhanço inacreditável do Bryan Ruiz que tirou o campeonato aos lagartos. Uma azelhice daquelas ainda hoje me cheira a marosca. Investigue-se...