Dar colinho ao passarão
A esquerda está a ser levada ao colo pela comunicação social. Se não vencer as eleições será apenas por uma questão de inépcia dos seus lideres. Que, diga-se, não se cansam de dar tiros nos pés. São uns atrás dos outros. Mesmo que os jornalistas não os macem com perguntas difíceis, eles tratam de apontar directamente aos seus próprios cascos e puxar o gatilho sem dó nem piedade. PNS foi ontem, a propósito da greve dos comboios, um exímio praticante dessa arte. Aquilo, a bem dizer, mais pareceu uma bazucada. Colocar-se contra as centenas de milhares de pessoas – pobres, com baixos salários e que se não trabalharem não recebem ordenado – que dependem daquele meio de transporte, não é de gente inteligente. Nem decente. Para concluir o momento de desnorte, referindo-se à necessidade de rever a lei da greve, soltou um vigoroso “não passarão!”, palavra de ordem muito apreciada pelo esquerdume. Só faltou o punho erguido. Mas, de alguma forma, tinha razão. Não passaram, não passam e provavelmente continuarão a não passar. Os comboios, claro. Os socialistas e todos os que anseiam por uma frente popular que conduza o país ao caminho para o socialismo e à miséria - passe o pleonasmo – esses, passarão à vontade. Pelo menos no que depender dos jornais, rádios e televisões. Não admira que, quase todos, estejam na falência.