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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Dar colinho ao passarão

Kruzes Kanhoto, 09.05.25

A esquerda está a ser levada ao colo pela comunicação social. Se não vencer as eleições será apenas por uma questão de inépcia dos seus lideres. Que, diga-se, não se cansam de dar tiros nos pés. São uns atrás dos outros. Mesmo que os jornalistas não os macem com perguntas difíceis, eles tratam de apontar directamente aos seus próprios cascos e puxar o gatilho sem dó nem piedade. PNS foi ontem, a propósito da greve dos comboios, um exímio praticante dessa arte. Aquilo, a bem dizer, mais pareceu uma bazucada. Colocar-se contra as centenas de milhares de pessoas – pobres, com baixos salários e que se não trabalharem não recebem ordenado – que dependem daquele meio de transporte, não é de gente inteligente. Nem decente. Para concluir o momento de desnorte, referindo-se à necessidade de rever a lei da greve, soltou um vigoroso “não passarão!”, palavra de ordem muito apreciada pelo esquerdume. Só faltou o punho erguido. Mas, de alguma forma, tinha razão. Não passaram, não passam e provavelmente continuarão a não passar. Os comboios, claro. Os socialistas e todos os que anseiam por uma frente popular que conduza o país ao caminho para o socialismo e à miséria - passe o pleonasmo – esses, passarão à vontade. Pelo menos no que depender dos jornais, rádios e televisões. Não admira que, quase todos, estejam na falência.

Spinum quê?

Kruzes Kanhoto, 04.05.25

A comunicação social, a esquerda em geral e a direita trauliteira têm-se esforçado por fazer da “Spinumviva” o tema central da campanha. Não estão a conseguir. A bem dizer, ninguém na rua quer saber disso. O eleitor comum não sabe a que se referem, não quer saber e, quando se insiste no assunto, costuma rematar com um “são todos iguais”. A mim, o que me faz mais confusão é existir um leque tão grande de aspectos onde se pode questionar a actuação do governo e apertar com as criaturas e a oposição vai logo buscar um tema que, está mais que visto, apenas importa a uma pretensa elite que vive longe dos eleitores e notoriamente desfasada da realidade.

O PCP, já escrevi isto vezes sem conta, tentou o mesmo em 1979. Até fotocópias de cheques e de outras alegadas evidências contra Sá Carneiro publicou no seu, então, jornal oficial. O pasquim “O Diário”, de má memória. O resultado foi, para os que não sabem, a maioria absoluta da AD nas eleições para as quais os comunistas prepararam essa campanha. Nenhum animal, nem os burros, tropeça duas vezes na mesma pedra. Esperar o mesmo dos socialistas, esquerdistas e outros extremistas é ter demasiada fé na humanidade. Esta gente já deu sobejas provas que insistirá sempre na mesma receita, esperando que acabe por dar um resultado diferente. Nem os burros acreditam nisso. Mas esses são inteligentes.

Comentadores Pós-Debate: Os Oráculos da Esquerda Vitoriosa

Kruzes Kanhoto, 17.04.25

Que a opinião pública é uma coisa e a opinião publicada é outra completamente diferente, não constitui qualquer novidade. Basta estar atento ao que se passa à nossa volta. Daí que, nos debates eleitorais que se vão sucedendo nas televisões, os comentadores que analisam o desempenho dos intervenientes atribuam invariavelmente – no seu conjunto, porque há em cada painel um ou outro que destoa – a vitória ao candidato mais à esquerda. Aquilo chega a ser confrangedor. Ainda que o candidato mais à esquerda leve pancada de criar bicho, acaba sempre por, na opiniões dos paineleiros alegadamente especialistas na especialidade, por dar uma “cabazada” ao candidato da direita. A justificação chega a ser delirante. “Esteve muito melhor porque não respondeu”, ouvi eu, ninguém me contou. Isto apesar de, logo a seguir, aquela cena do verificador de aldrabices o ter apanhado a deturpar a verdade.

Na apreciação daquela malta Montenegro, Rocha ou Ventura nunca ganharão um debate. Desconfio, até, que no próximo frente a frente entre os candidatos da AD e do Chega o ganhador, para aquela gente, vai ser o Pedro Nuno Santos. É que eles nem escondem ao que vão. Uma daquelas criaturas, refletindo acerca desta postura do comentariado, recordava que nas anteriores eleições também atribuíram a derrota ao Ventura em todos os debates e, mesmo assim, ele teve o resultado que todos sabemos. O que o levou a questionar-se, “onde é que falhámos”? A sério que não sabem?

Candidatos taberniculas

Kruzes Kanhoto, 07.04.25

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Quase me arrisco a escrever que todas as terras do interior do país, nestes quase cinquenta anos de poder local democrático, tiverem pelo menos um Presidente de Câmara que em altura de eleições percorria as tabernas todas do respectivo concelho. Alguns mantiveram essa salutar prática depois de eleitos. Mesmo em tempos mais recentes não faltam seguidores desses métodos. Embora o conceito de tasca tenha evoluído ao longo anos e as espeluncas onde os candidatos emborcavam uns copos se tenham transformado em antros mais finórios, o conceito é o mesmo. E o eleitor continua a gostar. Evidências disso são mais que muitas. As autárquicas estão aí e não me enganarei muito se vaticinar que nos iremos deparar com a existência de um número significativos de candidatos rubicundos.

O apreço por este modelo de campanha parece estar a estender-se às eleições de âmbito nacional. Pelo menos entre alguns desgraçados. Se a escolha for feita em função da copofonia não se me afigura que nenhum dos potenciais lideres partidários tenha grande futuro. Desconfio até que seria necessária uma coligação amplamente abrangente – da extrema esquerda à extrema direita – e mesmo assim não sei se davam para “armar o xito”. Isto por comparação com os modelos autárquicos que sobejamente conhecemos, claro.

Kagatorium

Kruzes Kanhoto, 04.04.25

Mário Soares meteu o socialismo na gaveta. Os actuais dirigentes socialistas meterem os valores do partido sabe-se lá onde. Na lista de candidatos a deputados por Lisboa o PS leva em oitavo lugar, logo potencialmente elegível, uma cidadã que afirma, cito, “estou-me a cagar para a guerra da Ucrânia, eles que se matem a todos”. Deve ter aprendido com outro socialista tristemente conhecido que se cagava para a justiça. Desconfio que muitos socialistas não apreciarão este tipo de discurso mas, quase de certeza, poucos serão capazes de manter a verticalidade ao nível da coluna vertebral para repudiar a escolha do camarada líder.

Só quem anda desatento à política nacional pode estranhar estas escolhas de PNS. O homem está desesperado. Ao recrutar a criatura em causa procura obter votos entre algumas minorias. Fá-lo sem olhar a valores, princípios, responsabilidade institucional e sem se importar de abandalhar ainda mais o partido que outrora foi um garante da democracia. Ao menos o Partido Comunista defende a paz. Estes defendem a guerra, a morte e desprezam liberdade e independência de um povo. Espero que o tipo que entrevistou o Paulo Raimundo não se esqueça disto quando for a vez do líder socialista ir à televisão.

Estirpes pouco recomendáveis

Kruzes Kanhoto, 26.03.25

O ano vai ser fértil em promessas. Haverá muitas. Para todos e para todos os gostos. Até porque as promessas são como os princípios. Se não gostarmos de umas eles terão outras que certamente nos agradarão. Pedro Nuno Santos – um tipo, segundo o próprio, cheio de empatia – promete, assim para começar, construir creches, lares e casas. Não fez nada disso enquanto esteve no governo em que detinha a pasta do sector, mas agora é que vai ser. Desta vez é que é mesmo a sério. Ou ele não se chame Pedro Nuno e não tenha empatia para dar e vender. Quanto ao dinheiro, isso não é problema. Ou não fosse ele socialista. Para assegurar o financiamento da habitação, garantiu, irá mobilizar uma parte dos dividendos que a CGD paga ao Estado. Para o restante desvario logo se vê. Virá donde calhar. Dos contribuintes, provavelmente. Ou dos banqueiros alemães, se estes estiverem dispostos a arriscar umas tremideiras ao nível dos membros inferiores. Mas, seja qual for a origem, as nossas perninhas é que vão tremer.

Ainda sobre o momento pré-elitoral. A entrevista ao líder do PCP foi conduzida de forma miserável e percebe-se a indignação dos comunistas. Mas, convenhamos, os tipos puseram-se a jeito. Aquele discurso de “Miss Mundo” sobre a paz, o pacifismo e o raio que os parta é de uma hipocrisia atroz. Nomeadamente quando se proclama, como o fazem inúmeros comunas, o slogan “Okupa e resiste”. A admiração do PCP por criminosos é por demais conhecida e deve ser por isso que apenas a esses lhes reconhecem o direito a resistir… São, de facto, gente de outra estirpe como se auto-intitulam. Pois são. Daquela que merece levar com um gato morto pelas trombas até ele gritar Benfica.

O problema não são as eleições. É o resultado.

Kruzes Kanhoto, 17.03.25

Ao contrário do que me parece ser a opinião quase generalizada, o problema não são as eleições. Em democracia o voto nunca é um problema. A chatice é que, por mais que se vote, nunca saímos disto. E a culpa é nossa, enquanto povo, por não querermos mudar nada. Podemos passar a vida a votar, mas andaremos sempre à volta do mesmo e, ainda que por obra de um acaso mirabolante, apareça alguém que queira tornar isto num país a sério surgirão tontinhos aos magotes que tratarão de o impedir.

Muito me engano ou das próximas legislativas resultará um cenário ainda mais difícil do que o actual. Uma maioria de uma eventual frente populista de esquerda – PS, BE, Livre, PCP e PAN ou apenas alguns destes – constituiria uma tragédia de proporções épicas com consequências que nem me atrevo a imaginar. Imigração descontrolada e ocupação de habitações, no âmbito da segurança ou aumento de impostos, nacionalizações e crescimento artificial de salários no que diz respeito à economia contribuiriam para criar um caos social provavelmente ainda mais perigoso do que o do tempo do PREC. A radicalização - apesar de muita - pode não ser tanta, mas a voz dos indigentes mentais é muito mais escutada do que antes.

Por outro lado, uma maioria de direita – AD e IL – afigura-se como algo do domínio da ficção. Daí que o mais provável seja uma vitória, sem maioria, do PS ou da AD. Adivinhar o que se vai seguir nestas circunstâncias, ganhe um ou outro, não requer dotes adivinhatórios muito relevantes.

Eleições europeias

Kruzes Kanhoto, 15.06.24

Podem fazer o quiserem. Até ir buscar o pessoal a casa ou permitir o voto pelo telefone. Dá igual. O pessoal não quer saber. A Europa é uma realidade distante com que apenas alguns – nomeadamente autarcas e empreiteiros – se importam. Nem, sequer, os políticos à séria evidenciam especial empenho pelo tema. Basta atentar nos candidatos que os partidos escolhem para as listas. Desde rapazolas especializados em mandar bitaites a gajas que acham que ainda estão no secundário a concorrer para delegadas de turma. Ou, então, ex-lideres que as actuais estruturas directivas dos partidos querem mandar para bem longe, onde nunca mais vamos ouvir falar deles.

Os resultados foram os que se esperavam. Incluindo o do Chega e o da Iniciativa Liberal. O primeiro porque o candidato – lá está – tinha tanto jeito para aquilo quanto eu e, também, porque o balão já encheu o que tinha a encher. Já os liberais ganharam por nestas eleições não existir aquela coisa do voto útil. Nas próximas voltam ao normal.

Os festejos é que me pareceram demasiado exagerados. Nomeadamente por parte da CDU e do BE. Festejaram o quê, ao certo? Terem perdido apenas metade dos deputados que tinham anteriormente? Parece-me tão estúpido como se os benfiquistas fossem para o Marquês festejar o segundo lugar no campeonato por, apesar, disso, conseguirem o acesso à liga dos campeões e respectivos milhões.

Em politica o que parece é...

Kruzes Kanhoto, 06.06.24

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Do mais desinteressante que há, estas eleições para o parlamento europeu. Uns malucos acham que os direitos das mulheres estão em perigo – quais direitos e de que mulheres, convinha esclarecer – outros doidos varridos apostam em teorias da conspiração que vão para além da indigência mental e os alucinados do costume continuam a alucinar como sempre. A sorte é que, relativamente aos últimos, será quase de certeza a última eleição em que ainda fazem parte da primeira liga. Para a próxima já estarão na liga dos últimos. Ou dos pequeninos.

Com mais interesse está a política nacional. Não se sabe muito bem quem governa, constituem-se as coligações mais improváveis e atira-se dinheiro para cima dos problemas como se o guito estivesse a nascer das árvores. Daí que não me pareça mera coincidência o conteúdo da minha caixa do correio. É, antes, sintomático. O PS e o Chega, para além de partilharem os mesmos objectivos politicos, partilham igualmente o mesmo distribuidor de propaganda. Diria até, aproveitando a publicidade da óptica que vinha junta, que aqueles dois partidos são o reflexo um do outro e têm ambos o mesmo foco.

Uma espécie de prostituição politica...

Kruzes Kanhoto, 27.05.24

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Estou abismado. Não devia, que já não tenho idade para isso, mas ainda há coisas que me conseguem surpreender. Então não é que o PS, aquele partido de esquerda agora conhecido por combater ferozmente a direita, se quer coligar com ela para se alcandorar ao governo da Madeira?! Perdeu as eleições – melhor dizendo, levou uma banhada – mas isso não impede os socialistas de tentarem chegar ao poder. Para o conseguir aliam-se a tudo o que tenha deputados no parlamento regional. Desde, pasme-se, os betos do CDS aos queques que guincham da IL – indignadinhos de serviço, pode-se chamar queques que guincham? – todos lhe servem para meter as mãos no pote. E, cá para mim, só não inclui o Chega na equação porque a maioria se faz aos vinte e quatro. Tudo para defender o povo, o Estado social, os valores de Abril, os direitos das mulheres e o que mais calhar.

Se nos próximos meses houver eleições para a Assembleia da República, no caso de não ganhar, a quem irá o PS propor uma coligação de governo? A qualquer um desde que faça maioria, obviamente.