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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O karma, se existir, é lixado...

Kruzes Kanhoto, 17.03.24

Os especialistas da especialidade têm andado entretidos a analisar e, principalmente, a tentar encontrar explicações para os resultados eleitorais não terem correspondido aos seus desejos. Eles, os sábios, que veem a luz e conhecem o caminho da verdade ficaram estupefactos por o país real não lhes ligar nenhuma. Coitados, deve ser triste andar durante tantos anos a educar o povo, a explicar o que é melhor para todos nós – sim, eles é que sabem o que é bom para nós – e vai daí a malta caga-lhes no colo. Não se faz. Há, no mínimo, que mudar de povo. E isso, diga-se, é um processo que está em marcha.

Outros especialistas, ainda mais especializados na especialidade, andam agora a investigar quem é que votou em quem. Embora isso seja um trabalho fácil relativamente a alguns partidos – o PCP, por exemplo, são tão poucos que não deve dar muito trabalho saber o nome, o NIF e o número de telemóvel de cada um desses desgraçados – de um modo geral não me parece que, em termos de grandes grupos sociais, se consiga chegar a conclusões minimamente credíveis. Concluir que as mulheres votaram à esquerda e que os mais velhos não votaram no Chega, só para realçar dois dos dados mais mencionados, parece-me coisa de especialista pouco especializado ou, então, especialmente equivocado.

Uma das conclusões, especialmente irónica e de duvidosa credibilidade, é a que conclui ter existido uma transferência directa de votos do PS para o Chega. Não acredito, mas a ser verdade seria uma ironia do mais fino recorte. É o Karma, ou lá o que quiserem chamar à maneira absolutamente badalhoca como o PS se tentou aproveitar do partido de André Ventura.

PS 4ever

Kruzes Kanhoto, 15.11.23

Para muitos socialistas e cartilheiros ao serviço da causa, a recente demissão do primeiro-ministro deve-se a um golpe de Estado promovido pelo poder judicial contra o poder politico legitimamente eleito. Um boa desculpa, sem dúvida. A lembrar o “deixem-nos trabalhar”, do Professor Cavaco Silva. Mas mais fraquinha, que esta gente é de um nível significativamente abaixo.

Isto enquanto, simultaneamente, promovem um golpe constitucional que dará lugar a uma espécie de regime de partido único. Que será o que resulta da sua permanente reivindicação que o PSD garanta – se calhar por escrito e com assinatura reconhecida pelo notário - nunca governar com o apoio do Chega. O que garantirá ao PS, por não se lhe aplicar o mesmo princípio relativamente aos extremistas admiradores de terroristas e ditadores diversos do PCP e BE, que governará para todo o sempre. Ou seja, os portugueses deixarão de ter uma alternativa à governação socialista porque, como é óbvio, os sociais-democratas nunca conseguirão sozinhos a maioria absoluta. "PS forever" pode muito bem ser o slogan da próxima campanha dos xuxas. Não precisam de agradecer.

Já escrevi noutras ocasiões que o Chega é o melhor aliado do PS e o garante da permanência no poder de gente com suficientes provas dadas no âmbito das artimanhas de viver à conta da política. Daí que tudo façam para reforçar a votação naquele partido. Um dia vai correr mal.

Chicosta-esperto

Kruzes Kanhoto, 20.09.23

António Costa é um gajo esperto. Um espertalhão daqueles a quem vulgarmente apelidamos de chico-esperto. Toda a sua carreira politica, mais do que à elevada inteligência que certamente possuirá, se deve à sua Chico-espertice. Ontem, por exemplo, no debate da moção de censura que os seus aliados de ocasião fizeram o favor de levar a debate, tirou da cartola uma frase que deixou os comentadores e outros patetas perto do êxtase. “Se a oposição à direita não se entende para censurar o governo, como é que se há-de entender para governar”, proclamou a criatura. A tirada, admito, é bem esgalhada. Embora, vinda do tipo que repete não sei quantas vezes por dia que o país e a democracia correm perigo se o PSD se aliar ao Chega para formar governo, não mereça grande credibilidade e suscite as mais sérias reservas ao nível da coerência. Perante esta afirmação categórica do primeiro-ministro podemos ficar descansados quanto a isso de futuras alianças PSD-Chega. Não vamos correr esse risco. Palavra de socialista. Vale o que vale – e pelo que se vê vale muito pouco – mas, digo eu, deve ser suficiente para definitivamente afastar esta questão da agenda politico-mediática. Ficará muito mal aos cartilheiros do regime se continuarem a insistir no neste argumento contra o PSD depois de ontem António Costa ter morto definitivamente este “papão”. A menos que não acreditem na palavra do líder. Ele próprio, provavelmente, também não acredita.

Chega de discriminaçãozinha do bem.

Kruzes Kanhoto, 23.08.23

Diz que o Chega está novamente a contas com os juízes do Tribunal Constitucional. Parece que aquilo, segundo o douto entendimento daqueles especialistas na especialidade, padece de múltiplas e variadas ilegalidades. De tal maneira que poderá estar, até, em causa a participação daquela força politica nas eleições regionais da Madeira.Também, segundo consta, haverá mais um recurso, petição ou lá que for no sentido de solicitar à justiça a ilegalização daquele partido politico. Só más noticias para o Partido Socialista, portanto.

Num vídeo que circula na Internet, provavelmente resultado de algum programa de rádio ou televisão, alguns “artistas” do regime, adeptos confessos das causas LGTBTurbo, questionam-se entre si sobre a forma como reagiriam se um filho seu lhes dissesse que iria votar no Chega. A resposta das ditas figurinhas é óbvia e compreensível. É mais ou menos a mesma que a de qualquer pai ou mãe teria se um filho lhe dissesse que anda a arrecadar a costeleta. Mas aí já seria homofobia. Assim, vindo destes patetas, é apenas discriminaçãozinha do bem.

Os anjos também cagam?

Kruzes Kanhoto, 13.03.23

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1 – Um destes vistosos montes de merda, obra de um qualquer anjo de quatro patas, pode ser apreciado em todo o seu esplendor em qualquer rua de qualquer cidade. Para isso contribui uma estirpe de gente que se acha no direito de torturar um animal, obrigando-o a viver entre quatro paredes, bem como, ao não recolher os dejectos, de impor o seu comportamento absolutamente badalhoco aos restantes cidadãos. Multas, impostos e reprovação social é do que estas criaturas precisam. Ou de um par de murros nos cornos.

2 – Por mais que a população recalcitre não há muito que um governo possa fazer para travar a escalada dos preços. Daí que, para dar a impressão que faz alguma coisa, vái criar um observatório para o qual irá recrutar umas quantas criaturas a quem será atribuída a função de observar. Para além do cartão do partido, ver bem ao longe deverá estar entre os restantes requisitos exigidos para o desempenho da função...

3 – Tal como o BE, o PCP e possivelmente o PS, também o Chega propõe limites à margem de lucro dos bens alimentares. Talvez, até, vote a favor das propostas daqueles partidos quando as mesmas forem discutidas no parlamento. A inquietante questão que se coloca – mais, urge ver esclarecida – é se alguma daquelas forças politicas aceita o voto do Chega nas suas propostas. Se sim, é deveras preocupante. Uma cena capaz de fazer perigar a democracia, ao que tenho ouvido dizer.

O Putin é facho, camaradas!

Kruzes Kanhoto, 21.02.22

Não compro a narrativa fofinha de que o PCP teve um resultado desastroso porque parte significativa dos seus eleitores, com medo da extrema-direita ou de outro papão qualquer, terão optado por votar PS. Até podia ser verdade. Quem acredita que o comunismo funciona, também acreditará facilmente que um partido que já levou o país três vezes à bancarrota não levará uma quarta. Mas, apesar disso, de forma nenhuma acredito que o eleitorado comunista se tenha deslocado para o PS. A votação no PCP caiu agora e cairá no futuro, tal como tem vindo sucessivamente a cair, porque o seu eleitorado está a bater a bota. É a vida. Ou melhor, é a morte.
Embora, convenhamos, isso não justifique tudo. Outra parte é explicada pela votação no Chega. Particularmente no Alentejo. Basta olhar para os números. Por mais que os torturem eles não mentem. Para aqueles a quem esta tese suscite alguma reserva recomendo a leitura dos “murais” “Facebookianos” dos comunistas vossos conhecidos. Constatarão, nomeadamente em relação a esta cena com a Ucrânia mas podia ser relativamente a outra coisa qualquer, a admiração que nutrem pelo Putin. Um facho que serve de inspiração à extrema-direita europeia e que encarna valores que, quase todos, repudiamos. Incluindo, ainda que apenas para consumo interno, os orfãos da União Soviética.

Descobriram agora a democracia, coitadinhos...

Kruzes Kanhoto, 25.01.21

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Parece que constitui hoje uma espécie de obrigação moral mostrar quanto estamos indignados pela votação obtida por André Ventura no Alentejo. Indignação que, curiosamente ou talvez não, nunca existiu quando um partido estalinista tinha por aqui maiorias arrebatadoras. Ao contrário do que ontem aconteceu com a extrema direita que, para além de Estremoz com 23,32%, obteve os melhores resultados em Elvas (28,76%), Moura (31,41%) e Monforte (31,41%). Votação que, diga-se, a ocorrer em legislativas provavelmente não seria suficiente para eleger deputados.

A este propósito li os maiores impropérios dirigidos aos eleitores alentejanos. Das duas uma. Quem os escreve ou é daqueles negacionistas como os do covid ou é alguém profundamente ignorante que desconhece em absoluto a realidade que se vive por estas paragens. Nem, se calhar, saberá o que têm em comum todos esses concelhos. Também não sou eu que vou gastar os meus dedos a explicar-lhes. Afinal lavar a cabeça a burros sempre foi e continuará a ser gastador de sabão. Continuem a fingir que não vêem o elefante na sala, que não há nenhum problema com “grupos de pessoas” ou, como escreve hoje um colunista do Observador, a preocuparem-se com os fascistas quando o problema são as avestruzes. Depois queixem-se.

Ignorantes das causas fofinhas

Kruzes Kanhoto, 09.01.21

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Combater o Chega e o Ventura parece constituir uma espécie de desígnio nacional. Não me parece mal. Cada um combate o que quiser e defende as causas que muito bem lhe aprouver. O mesmo não digo da comunicação social. Esta apenas deve informar e deixar isso das causas e dos desígnios para a sociedade.

O que lamento neste combate é a ignorância, ou a má-fé noutros casos, da esmagadora maioria dos combatentes. Toda esta gente ainda não percebeu que não adianta desmascarar as trafulhices que André Ventura tenha, alegadamente, feito ou possa vir a fazer. Podem dizer o que quiserem, passar as reportagens que entenderem ou relatar as passagens mais escabrosas da vida da criatura. Não adianta. Pelo contrário, mais força lhe dão.

Esta gente não percebe o fenómeno. Nem, pior, o quer perceber. Insiste, antes, em dizer que não existe ou, a existir, não tem relevância nenhuma. Para o entender talvez tenham de vir ao Alentejo. Mas não aquele das revistas, dos restaurantes da moda, adegas, praias fluviais ou dos montes com piscina onde se encerram dias a fio. É preciso falar com as pessoas. As que vão aos supermercados, hospitais ou correios. Podem, até, começar por aquelas que toda a vida votaram no PCP. Vão, de certeza, aprender muito.

Entrevista?! Pareceu-me mais conversa de tasca.

Kruzes Kanhoto, 17.11.20

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Uma lástima a entrevista de André Ventura à TVI. Entrevistado e entrevistador equivaleram-se na mediocridade. Retenho apenas três pontos. Nem um nem outro souberam – ou quiseram, sei lá – falar com seriedade da chamada taxa plana de IRS. Não, não é verdade que ponha os pobres a pagar mais e sim, é verdade que nos primeiros anos a receita proveniente desse imposto sofrerá uma queda acentuada. A solução será cortar na subsidio-dependência – de ricos e de falsos pobres – ou pedir mais dinheiro emprestado. Matéria em que, reconhecidamente, somos especialistas. O conceito foi testado em diversos países e – ele há coincidências do caraças – já quase todos nos ultrapassaram e os que ainda não nos passaram à frente estão em vias disso. Deve ser obra do acaso, se calhar.

Depois, aquela tirada das câmaras municipais onde os funcionários são tantos, para tão pouco trabalho, que dormem à secretária. É verdade, sim senhor, que eu já vi com estes dois que a terra um dia há-de comer. Mas não é apenas à secretária. Os que têm uma função que não envolve estar perto dessa peça de mobiliário, gozam de igual privilégio. Provavelmente, até, com um mais elevado nível de conforto, que dormir sentado não deve fazer lá muito bem à coluna. Mas isso, digo eu que gosto muito de dizer coisas, não é culpa dos funcionários dorminhocos. Quem os meteu para lá sabendo que não tinha trabalho para lhes dar é que não tem vergonha.

Por fim, aquilo de casar a filha com um cigano. Fica mal a quem pergunta. Até porque também não ignora qual seria a resposta se a questão do casamento fora da comunidade fosse colocada a um cigano. Uma provocação desnecessária, no mínimo. Que teve, no entanto, uma inegável vantagem. Fiquei a saber, por algumas reacções que entretanto li, que são mais que muitas as criaturas que não veriam qualquer inconveniente num matrimónio dessa natureza por parte da respectiva descendência. Ainda bem. Eu também sou muito mentiroso.

Chega...de "pides" na internet!

Kruzes Kanhoto, 12.05.20

Uma publicação do grupo Cofina, essa referência do jornalismo nacional também conhecida por esgoto a céu aberto, resolveu cavalgar a onda do “Chega”. Diz-nos, alarmada, que um jovencito candidato a um lugar qualquer naquela agremiação, terá dito que os “portugueses são brancos e europeus”. Uma frase racista, determina o jornaleiro.

Ora o tal jove – de quem nunca ninguém ouviu falar antes nem, provavelmente, irá ouvir falar depois – não terá dito nenhum disparate. O que, obviamente, não invalida que haja muitos – e bons – portugueses negros. Europeus ou de outra origem qualquer. Mas isso, naturalmente, não torna a tirada do fulano num dito racista. É, apenas, um facto. Tal como os alemães, os eslovacos e os sérvios são brancos e europeus. Ou os quenianos são negros e africanos.

Não têm conta as vezes que vi muita reacção indignada por os estrangeiros, mormente os americanos, nos confundirem com um país qualquer do norte de África. Presumo que, daqui para a frente, indignar-nos com essa confusão também constituirá um acto de racismo, ou isso.