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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Que saudades de uma grandolada...

Kruzes Kanhoto, 11.01.20

Insisto. O banco público – a tal vaca sagrada que não pode ser privatizada – sacar cinco euros e quinze cêntimos por mês da conta de um cliente é um roubo. Uma vergonha, como diria o outro. E mais vergonha é o silêncio ensurdecedor que vem das bancadas parlamentares do BE e do PCP. Vergonhoso é igualmente a ausência de qualquer espécie de reacção por parte da sociedade. As saudades que eu já tenho de ouvir o velho Jerónimo, as esganiçadas malucas e a camaradagem em geral a malhar na banca, nos banqueiros e a manifestar a mais veemente preocupação pelos roubos que a toda a hora eram praticados por aquele maléfico governo de direita. Agora estão todos mais calados que uns ratos. Nem um protestozinho ou uma grandolada ou, ao menos, uns dichotes parvos a sugerir a nacionalização da banca. Ah, espera, a Caixa Geral de Depósitos é do Estado. Está ao serviço do povo, portanto. Ainda bem que não deixámos o Passos Coelhos privatizá-la. Ufa, do que nós nos livrámos...

A malta do BE terá conta bancária?

Kruzes Kanhoto, 04.01.20

A pequena líder do Bloco de Esquerda fala que se farta. Acerca de tudo e mais um par de botas. Quase todos os dias ameaça levar uma proposta ao parlamento para proibir seja o que for, revogar o que calhar ou permitir o que apeteça aos tontinhos que lhe dão o voto. Daí que ande a estranhar o silêncio da garota relativamente ao aumento escandaloso das comissões bancárias que a generalidade da banca nacional se prepara para efectuar. Nomeadamente em relação à Caixa Geral de Depósitos que, dizem, é o banco dos portugueses. Pelo menos de alguns, como se tem visto. Mas não. Nem um pio. Vá lá saber-se porquê.

Mas não é apenas ela. Por mais que me esforce não encontro indignaçãozinha por este saque à descarada em lado nenhum. Devo ser só eu que acho um abuso – coisa de ladrões da pior espécie, mesmo – surripiar todos os meses cinco euros e vinte cêntimos da minha conta. Ou então já todos mudaram para esses bancos virtuais da Internet e ninguém me avisou.

Sinto-me discriminado

Kruzes Kanhoto, 25.07.17

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Irrita-me esta paranoia com os pensionistas, idosos e velhos em geral. Agora é por causa das comissões que a Caixa Geral de Depósitos se propõe cobrar sobre as contas bancárias. Está tudo muito preocupado por os reformados, com mais de sessenta e cinco anos e oitocentos e trinta e cinco euros de reforma, terem de pagar as ditas comissões. Então e os outros? Já não digo eu, que não vou para novo, mas, vá, um gajo de trinta anos que aufira seiscentos euros por mês?! Com esses ninguém se preocupa? Pois, nem sei para que pergunto. Esta malta dos políticos só quer saber dos idosos. São muitos, insistem em votar e, portanto, há que mostrar que se importam muito com eles. Talvez fizessem melhor se, em lugar de manifestarem tanta preocupação com os velhotes e as comissões, se preocupassem com os figurões que levaram o banco público a esta situação. Mas isso, obviamente, era pedir demais.

 

Cem Tino

Kruzes Kanhoto, 14.02.17

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Curiosa a campanha que os escribas de esquerda -  na sua maioria, porque ainda há um ou outro sério que não alinha nessas coisas – no sentido de branquear as pantominices do Centeno. Nomeadamente quando as mesmas encrencas disseram o que Maomé não disse do toucinho, a propósito de cenas parecidas protagonizadas por gente da direita. Ou mesmo de esquerda. Como o Sócrates, por exemplo. Isto, evidentemente, cingindo-nos apenas ao âmbito da aldrabice. 

Faz-me confusão, isso. Não entendo como é que o cidadão comum, que escreve em blogues, desabafa no Facebook ou atira umas larachas numa roda de amigos não consegue manter a lucidez suficiente – e nem é precisa muita – para perceber que patetices destas acontecem com todos os que estão envolvidos na politica. Sejam ou não da facção que mais nos agrada.  

Isto está cada vez mais parecido com o futebol. O nosso clube do coração joga sempre bem e merece sempre ganhar. O que, no meu caso, até é verdade. Mas isso sou eu, que sou do Benfica e isso me envaidece.  

E um argumento que não envolva reformados, não se arranja?!

Kruzes Kanhoto, 20.10.16

Não tenho nada contra o vencimento que aufere aquele senhor da Caixa Geral de Depósitos. Pelo contrário. Acho, até, muito bem. O que está mal é não haver muitos mais portugueses a ganhar assim. Ou mesmo um poucochinho menos, vá.

Já não achei assim tão bem que, há uns anitos atrás, um outro presidente do banco público se tenha reformado com uma pensão superior a dezoito mil euros mensais. Uma obscenidade, como garantia um ministro do governo de então.

Ora o argumentário dos críticos do vencimento do actual gestor envolve, quase invariavelmente, o baixo montante das reformas para atacar o chorudo ordenado da criatura. Fraquinho, o argumento. Nomeadamente quando o mesmo governo que aprovou o pagamento de um vencimento desta grandeza, tratou também de aumentar – pela via do fim da CES - significativamente a reforma, já de si obscena, do outro senhor.

Digo eu, que gosto muito de dizer coisas, podiam igualmente argumentar que os funcionários públicos, nomeadamente os que ganham entre seiscentos e mil e quinhentos euros, não veem o seu vencimento aumentado há oito anos. Ao contrário dos pensionistas. Mesmo dos que ganham cinco, dez ou vinte mil euros.

 

Perdoai-lhes senhor...

Kruzes Kanhoto, 28.08.16

Não é que me surpreenda muito – que isto os cidadãos, ao contrário do que se pensa, não diferem assim tanto dos políticos – mas questiono-me sobre a ausência de criticas ao resgate à Caixa Geral de Depósitos por parte dos autores de uns quantos blogues que tenho o hábito de ler com alguma regularidade. Na respeitável opinião dos seus autores o BPN, o BPP, o BES e o BANIF – tudo culpa do Passos Coelho, claro está – são os responsáveis por tudo e mais um belo par de botas. Já a solução para a CGD, que nos vai sugar mais cinco mil milhões, não parece ser da responsabilidade da geringonça. Nem, pelos vistos, de ninguém. Às tantas ainda há-de ser minha, por um certo dia de sol ter passado à porta daquilo…

Até, à semelhança do BE, o orçamento rectificativo que aí vem se afigura como a coisa mais natural deste mundo. Como se do mesmo apenas vá constar a despesa e a receita surja do nada. Tipo um milagre qualquer, ou assim. Que, para além dos que lhes aparecem nos recibos de vencimentos ou das pensões de reforma, as pessoas pouco percebam de números não é de criticar. Mas que falem deles como verdadeiros entendidos no assunto e ainda chamem ignorantes aos que, por uma ou outra razão, têm algum conhecimento do tema é que já me parece um bocadinho parvo. É por isso que eu evito dissertar aqui sobre unhal de gel, depilação intima ou viagens a destinos exóticos.

O que é que tem a Caixa que, para a esquerda, é diferente dos outros?!

Kruzes Kanhoto, 07.06.16

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O buraco na Caixa Geral de Depósitos que os contribuintes terão de tapar será, ao que rezam as crónicas mais pessimistas, superior aos do BNP e do BANIF somados. O que, tratando-se de um banco público, se afigura assaz estranho. Quase uma impossibilidade, diria. Pelo menos a acreditar na retórica esquerdista, que defende a nacionalização do sector bancário por forma a proteger-nos dos desmandos dos banqueiros privados. Vê-se. A julgar pela amostra nem é necessária grande capacidade imaginativa para calcular a tragédia em que estaríamos metidos se toda a banca fosse pública…

Estranho – ou, às tantas, talvez não – é que os Galambas, Jerónimos, Mortáguas e outros arautos da transparência e da honestidade não andem já por aí a malhar nas sucessivas administrações da Caixa. Mais estranho ainda não terem já proposto a constituição de uma comissão de inquérito para apurar a que se deve o descalabro da CGD. Terão, se calhar, medo das conclusões. Ou, então, já “concluíram” tudo. À excepção de uns quantos patetas, encandeados com o brilhantismo intelectual auto proclamado da esquerda, toda a gente percebe o que aconteceu. E também percebe que a esquerda não queira que se saiba.