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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Limpem o cocó dos vossos filhos, pá!

Kruzes Kanhoto, 01.11.25

 

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Noutros tempos — quando eu vivia no campo e a sanidade mental ainda não era artigo de luxo — os meus cães passavam largas horas do dia sem que eu soubesse do seu paradeiro. Os meus e os da restante vizinhança. Faziam a vidinha deles e ninguém se ralava com isso. 

Hoje, graças à epidemia de maluqueira que tomou conta das pessoinhas, um pobre cão já não pode ir dar uma volta — nem que seja até ao fundo da rua para esticar as patas — sem que um palerma qualquer decida que o bicho está perdido, abandonado ou em risco de depressão. Segue-se, invariavelmente, o alerta dramático para o Facebook, a que se sucede uma procissão de almas caridosas que partilham a preocupação. Centenas de malucos em desespero por causa de um rafeiro que só queria cheirar uma árvore.

Curiosamente, os mesmos anjinhos que entram em histeria com o cão alegadamente abandonado não se impressionam com os cagalhões que os seus próprios bichos vão deixando nos passeios. Estão habituados a conviver com isso, lá em casa. E o mais giro é que estas oferendas fecais são deixadas sob o olhar atento e complacente dos donos. Gente que se indigna com um penico deixado ao lado do contentor, mas acha perfeitamente natural não apanhar a merda que o seu filho peludo largou no espaço público. Ora, se o animal é mesmo um membro da família ou, segundo alguns, o rebento de quatro patas então cumpram o vosso dever de pais e limpem. Tal como limparam - espero eu - a do irmão pelado.

O inalienável direito a sujar a rua

Kruzes Kanhoto, 01.10.24

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Este vistoso monte de merda de cão podia ser observado esta manhã, em todo o seu esplendor, na Rua Quirina Alice Marmelo, em Estremoz. Trata-se de um dos muitos locais de eleição para a canzoada da zona aliviar a bexiga – como amplamente demonstram o estado do poste e do chão circundante – e, de vez em quando como hoje foi o caso, para arrear o calhau. Isto enquanto os donos aguardam pacientemente e cheios de enlevo que o seu filho de quatro patas – agora é assim que os consideram – termine de evacuar ou de verter águas. Admiro-lhes a paciência. Tanto como a dos restantes moradores em tolerar cenas destas.

Taxe-se...

Kruzes Kanhoto, 23.08.24

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As campanhas publicitárias que promoveram o turismo constituíram um sucesso. De tal maneira que agora, diz, temos turistas a mais. As hordas de estrangeiros que invadem as nossas cidades – só os ricos ou os que vêm com fins turísticos, os outros não fazem mal nenhum – trazem desassossego, desgastam as nossas infraestruturas, incomodam os cidadãos locais e contribuem para poluir o nosso estimado meio ambiente. Daí que o governo esteja a colocar entraves à sua vinda e grande quantidade de autarquias tenha resolvido cobrar taxas, algumas de valor completamente absurdo, a quem visita as respectivas localidades. Para compensar o que desgastam e sujam, justificam.

Este curioso principio de utilizador pagador ou de quem suja e incomoda paga por isso, revela no entanto um nível de incoerência assinalável. Não se aplica, por exemplo, aos donos dos cães. As esquinas e os passeios de qualquer cidade têm hoje este aspecto. No entanto ninguém considera apropriado criar uma taxa, de montante suficientemente desmotivador, sobre a posse de animais por parte de residentes em meio urbano. Se o argumento para a taxa turística é a conservação do espaço público e o transtorno que causam aos residentes, por maioria de razão um tributo idêntico deveria incidir sobre aqueles que contribuem para imagens degradantes como a da foto que acompanha este post. Não gosto de impostos, mas taxar o supérfluo – e os cães são uma coisa supérflua – seria do mais elementar bom senso. Mesmo que os portugueses, sempre invejosos dos proveitos alheios, achem que tributar os rendimentos é que é bom.

Obviamente que o dinheiro angariado com a tal taxa turística apenas servirá para encher os cofres das autarquias e esturra-lo da maneira da maneira que está à vista de todos. Os turistas, coitados, são apenas o pretexto. Já os cães continuarão a cagar livremente e a sujar paredes e passeios. É que, ao contrário dos turistas, os donos dos canitos votam nas respectivas terrinhas.

Os avistadores do canito perdido

Kruzes Kanhoto, 04.03.24

Vejo com inusitada frequência publicações e inúmeras partilhas dessas mesmas publicações, onde se dá conta de avistamentos de cães que, segundo os autores dessas mensagens, estarão perdidos. Ou os canitos andam completamente desorientados ou as pessoas estão cada vez mais parvas. Alinho pela segunda hipótese. Até porque para a sustentar – ainda que isso não seja preciso, de tão evidente que ela é – aparece quase sempre alguém a esclarecer que “não senhor, o cachorro não está nada perdido. Pertence a beltrano ou a sicrano e anda apenas a dar a sua voltinha habitual”. É uma loucura, isto. Não podem ver um bicho sozinho, estas malucas, que está logo perdido. Sim, malucas que isto passa-se maioritariamente com mulheres e a maior parte delas com idade para ter juízo.

Noutros tempos, quando muito, os cães estavam abandonados e, mais tarde ou mais cedo, encontravam alguém que cuidava deles. Durante a minha infância e juventude adoptei alguns nestas circunstâncias. Se estivessem perdidos facilmente encontrariam o caminho para casa se essa fosse a sua vontade. Como, de resto, acontece com toda a espécie de bicharada. Todos conhecemos casos de animais que percorreram dezenas, até mesmo centenas, de quilómetros para se juntarem aos donos. Sem necessidade de GPS.

Beneficiar o infrator

Kruzes Kanhoto, 25.01.24

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Por que carga de água é que a posse – ou a tutoria, vá – de animais de estimação dá direito a benefícios fiscais?! Nomeadamente no IRS. Além de alimentação dos bichos, se adquirida através de associações protectoras da bicharada, beneficiar de isenção de iva. Deve ser para depois fazerem – os donos, que a canzoada não tem culpa – javardices destas à porta dos outros. Que, lamentavelmente, ficam sempre impunes. Numa altura em que – e bem - se quantificam as despesas que decorreriam do aumento das pensões, da redução dos impostos sobre o trabalho e de outras medidas destinadas às pessoas ignoram-se todos os custos derivados da alucinação colectiva pelos animais de estimação. O que é pena. Pois se alguém um dia fizer as contas aos “investimentos” das autarquias em parques caninos, taxas de registo e licenciamento não pagas, benefícios fiscais e custos ambientais associados à inusitada proliferação desta bicheza nos centros urbanos terá uma desagradável surpresa.

Se calhar sou só eu que reparo nestas coisas, mas é impressão minha ou são apenas os cidadãos “brancos” que são afectados por esta maluqueira da adoração pelos animais? É que nunca vi um negro ou um asiático a passear um cão…

Arte urbana

Kruzes Kanhoto, 05.10.23

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Foi seguramente necessária muita força de vontade para produzir esta inusitada javardice. É que isto não é para qualquer um. Trata-se de uma habilidade – uma criação artística, se calhar - apenas ao alcance daqueles que estão no topo da pirâmide dos javardolas. Será coisa de um “jovem”, que é o que agora se chama aos delinquentes? Será de um “activista”, como são actualmente conhecidos os arruaceiros? Gente não é certamente, que gente não caga assim. De cão também não, que os cães não limpam o cú.

Selvagens urbanos

Kruzes Kanhoto, 19.11.21

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A canzoada está cada vez mais esquisita. Deve ser efeito da convivência cada vez mais intima com gente maluca que partilha casa e mais o que calha com os animais de estimação. Criaturas que, a bem dizer, vivem com os bichos e como os bichos. Deve ser por isso que, uns e outros, ostentam comportamentos cada vez mais estranhos. Os cães, por exemplo, cagam nos locais mais inusitados. A um deles deu-lhe para arrear o calhau no para-choques de um automóvel. Uma obra de arte, quase, que não escapou ao perspicaz olhar do repórter “Kruzes” no local nem, de certeza, passará despercebida ao azarado automobilista. Uma merda, isto de sermos obrigados a aturar pessoas que deviam viver na selva, é o que é. 

Os labregos levaram o cão ao cinema.

Kruzes Kanhoto, 31.03.19

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Levar cães ao cinema é uma ideia parva. Tal como querer meter um cavalo dentro de um palácio nacional. No segundo caso alguém teve o bom senso de não permitir tal desmando e, quase todos, aplaudiram a proibição. Mas, desconfio, apenas por contrariar as pretensões de uma gaja ricaça. Já aquilo do cinema foi mostrado como algo positivo, interessante e valorizável. Deve ser por, neste caso, se tratar de uns quantos miseráveis engravatados e urbano-depressivos armados ao pingarelho.

Cinema para cães não é propriamente uma novidade. Lá por fora já outros labregos, de outras capitais, o fizeram. Não admira que os nossos labregos, da nossa capital, também o façam. Inquietante é o silêncio dos gajos da defesa dos animais, do racismo e das causas parvas em geral. Ainda nenhum se manifestou contra este acto especista e claramente discriminatório, em beneficio dos cães e em desfavor das outras espécies. Dos cavalos, nomeadamente.

E que tal arranjar um Nenuco?

Kruzes Kanhoto, 19.08.18

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Não sei o que fazem hoje aos bichos mas desconfio que não é coisa boa. Algo parecido com maus tratos, de certeza. Sim, que isto não é da natureza de um cão estar nestas poses. Qualquer pessoa que ande cá pelo planeta há já umas quantas décadas e tenha convivido com animais para além das quatro paredes de um apartamento, sabe disso. Teria muita piada se eu, quando tinha cães, tentasse estar sentado calmamente numa esplanada com um dos meus “Benficas” ao colo. Devia ser uma coisa engraçada de se ver. Apesar de todos serem dóceis e obedientes jamais aguentariam estar assim mais do que um ou dois minutos. E estes só estão porque das duas uma. Ou estão drogados ou porque andam há anos a treiná-los para terem um comportamento que os afasta da sua condição de animais e os transforma em objectos para deleite humano.


Piscinas para cães

Kruzes Kanhoto, 14.06.18

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Praias para cães são já umas quantas. Mas, com tanto pulguento por aí, ainda serão poucas. Diz que este ano abrirão mais umas tantas, que isto os autarcas estão ansiosos por agradar aquela franja de eleitores que não dispensa a companhia do seu patudinho mai’lindo nem mesmo quando vai a banhos. Uma javardice, é o que é. Mas, pronto, isso é lá com eles.

Por cá ainda não se lembraram de criar piscinas onde o anjinho de quatro patas se possa banhar mais o seu tutor. Que agora, diz, é assim que se chama a quem tem um animal. Deve estar para breve, isso das piscinas. Sim que a ausência deste tipo de equipamento, nomeadamente no interior, constitui uma lamentável lacuna. Para a qual, convenhamos, qualquer autarca minimamente sensível à problemática já devia ter encontrado uma solucionática. Pois. Que isto os bichos e as bichas de cá não são menos que os do lá.