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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Calosidades populistas

Kruzes Kanhoto, 26.05.20

Tenho pouco apreço por populistas. Detesto, igualmente, práticas discriminatórias. Mesmo quando esta manigância da discriminação é praticada em relação aos populistas. Por estas e por outras, de tanto manejar o comando para mudar de canal televisivo, estou prestes a ficar com o polegar mais calejado do que o cú de um macaco velho. Aquilo não se aguenta. Populistas como Trump, Bolsonaro e Marcelo dominam os noticiários. Nenhum deles pode largar um peido sem que as televisões gastem incontáveis minutos a analisar o traque. Concluindo, inevitavelmente, pelo odor insuportável dos primeiros e o aroma refrescante do último.

Também a procura de noticias provenientes de outras paragens está a contribuir para a dita calosidade. Não é por nada em especial, mas tenho alguma curiosidade em saber como está aquilo na Bélgica. Onde, diz, a mortalidade devido ao covid, por milhão de habitante, bate todos os recordes e, ao contrário do que dos querem fazer crer, supera largamente os EUA e Brasil juntos. Tal como me sinto levemente curioso em relação a Espanha. Que, embora não pareça, é aqui mesmo ao lado e não do outro lado do mar. Até porque, parece, há cada vez mais gente com vontade de ver o governo socialista/comunista pelas costas. A menos que os detentores da verdade que interessa tenham decretado que tudo isso não passa de fakenews.

Deve ser aquela cena do multiculturalismo, ou lá o que é...

Kruzes Kanhoto, 04.04.19

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Não falta gente a esganiçar-se e a rasgar as vestes de indignação perante qualquer declaração de Trump, de Bolsonaro ou dos respetivos acólitos quando em causa estão as referências às mulheres ou às chamadas minorias. Nomeadamente, no âmbito das minorias, aos homossexuais. Ainda que, em muitas circunstâncias, as declarações de ambas as personagens acerca destes assuntos não passem de patetices.

Curiosamente, ou talvez não, as novas punições anunciadas no Brunei, que incluem apedrejamento até à morte para mulheres adulteras e gays, não causam o mesmo nível de irritabilidade. Militantes de causas parvas, gente que faz cenas esquisitas com as partes pudibundas e esquerda em geral, não parecem particularmente aborrecidos. Nos sites destes cavalheiros o destaque vai, no Esquerda.net, para a preocupação por uns quantos italianos pretenderem chegar a roupa ao pelo a setenta ciganos. No “Avante” revoltam-se por os israelitas continuarem a malhar nos palestinianos. Outros, diga-se, que também não apreciam mulheres que praticam o adultério e costumam untar as molas aos marmanjos com tendências desviantes.

E é assim que funciona a indignaçãozinha por cá. Sempre selectiva.

Blasfémia, o novo crime. Só falta voltar a Inquisição.

Kruzes Kanhoto, 10.11.18

Aprecio e comungo das preocupações de muito boa gente quanto aos perigos que ameaçam os regimes democráticos. Compreendo, igualmente, o terror de muitas galdérias e outros tantos marmanjos perante a possibilidade da sociedade democrática, tal como a conhecemos, estar prestes a dar o peido mestre. Os poucos que gostam de se torturar a ler o que por aqui vou escrevendo sabem que – de há muitos anos a esta parte – esta questão faz parte do meu cardápio de preocupações. Mas, ao contrário dos maganos e maganas urbano depressivos e verborreicos da comunicação social, não me incomodam absolutamente nada as escolhas democráticas de outros povos. O que me aborrece são, por exemplo, as decisões limitadoras da liberdade de expressão que, paulatinamente, vão surgindo em solo europeu. Vergonhosamente silenciadas por aqueles que tinham obrigação de as denunciar, diga-se.

 

Numa decisão recente, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem considerou que “criticar maomé não é liberdade de expressão” e manteve assim a condenação de uma cidadã europeia que chamou pedófilo ao alegado profeta. Noutra decisão, a mesma instância judicial condenou uma sentença da justiça espanhola que mandou prender uns fulanos que queimaram uma fotografia do rei. Neste caso o Tribunal Europeu considerou que os pirómanos estavam a usar do seu direito à liberdade de expressão… Ou seja: Na democracia que as cabecinhas bem pensantes e os novos educadores do povo concebem como ideal, podem-se queimar retratos ou chamar todos os nomes aos governantes e políticos que eles não apreciam. Já fazer o mesmo relativamente ao amigo imaginário de alguns, constitui um crime hediondo.

 

O que relato não são fake news. Antes fosse. Este assunto é amplamente tratado por inúmeros sites espanhóis, entre os quais o laicismo.org. Pelo nome, suponho, deve ser credível o suficiente...

É a democracia, estúpidos...

Kruzes Kanhoto, 11.10.18

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Podem arranjar os argumentos que quiserem. Nomeadamente aquilo que, dependendo das coordenadas geográficas, consideram ser os valores democráticos. Mas, por mais que se esforcem, não constitui missão de um jornal local tomar partido por este ou aquele candidato à presidência de um país do outro lado do mundo. Muito menos chamar estúpidos aos (e)leitores. Poucos ou muitos, não importa.  

Reitero que me estou nas tintas para quem ganha eleições fora do retângulo. Gosto é que se respeite a vontade dos eleitores. Mas isso parece ser um conceito que em determinados jornais é tão apreciado como o dever de isenção que os jornalistas devem observar no exercício do seu trabalho.  

Percebo, apesar de tudo, a opção por escrever alarvidades acerca do Trump, do Passos Coelho, do Cavaco e, agora, daquele extremista brasileiro. Sempre é mais fácil do que dissertar acerca do presidente da câmara da terrinha. É que isto quem tem cú tem medo. Ou buraco de trás, vá, para não ferir susceptibilidades... 

Isto é muito fascista junto...

Kruzes Kanhoto, 08.10.18

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Não é que a política internacional em geral e a brasileira em particular me interessem grande coisa. A bem dizer nem eram temas a que desse importância se não fosse o facciosismo com que a totalidade da comunicação social e grande parte dos opinadores bem pensantes que por aí pululam olham para estes assuntos.

É de bom tom, por estes dias, ser contra o Bolsonaro. Tal como é de pessoa de bem detestar o Trump. Ou, como já foi noutros tempos, odiar a Merkel. Que agora já não é má, nem parecida com o Hitler, nem nada. Digamos, portanto, que as pessoas boas, cultas, inteligentes e letradas não gostavam da Merkel mas agora já gostam, odeiam o Trump e desejam ardentemente que o Bolsonaro não seja eleito. Preferem, em alternativa, o regresso ao poder de um dos partidos mais corruptos de que há memoria na história brasileira. Nada de muito surpreendente. Nada que os resultados eleitorais em muitas autarquias não expliquem. Oeiras, por exemplo.

O gráfico que acompanha o post mostra a taxa de analfabetismo por região do Brasil. O Nordeste foi a única região onde o denominado candidato da extrema-direita não ganhou. Sintomático, digo eu, daquilo que vale a nossa intelectualidade, os escribas bem pensantes e toda a escumalha do politicamente correcto que ainda um dia há-de criar um Bolsonaro português.

Palha em Serralves e "democratas" contra liberdade de voto. Ou como isto anda tudo ligado.

Kruzes Kanhoto, 29.09.18

Sabemos, desde o dia seguinte à invenção da geringonça, que somos governados por malucos sustentados no poder por uma trupe de doidos varridos. Temos disso a certeza, para aqueles que ainda duvidam, quando um gajo como o Augusto Santos Silva - ministro dos negócios estrangeiros, ou lá o que é – se revela o mais sensato daquela malta. O caso dos comerciantes portugueses presos na Venezuela é bem revelador disso mesmo. Mas é apenas mais um.

Por falar em lunáticos. Hoje no Porto uns quantos urbanos depressivos foram brincar na palha com os filhos. Lá para Serralves, aquele sitio onde expõem fotos de marmanjos com coisas enfiadas intestino adentro. Brincar na palha!!! Presumo que quando chegarem a casa brinquem com o cão no sofá. E depois ainda têm o topete de fazer piadolas com as pessoas do campo...Tadinhos.

Ainda a propósito de gente com pouco juízo. Em Lisboa o dia foi de manifestação. Como quase todos, diga-se. Hoje umas quantas pessoinhas manifestaram-se contra a liberdade de escolha dos eleitores de outro país. Acham estes indigentes mentais que os brasileiros não devem votar no candidato mais tresloucado lá do sitio. Depois admirem-se que os brasucas contem anedotas de portugueses...