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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A eficácia da bazuca

Kruzes Kanhoto, 31.08.21

Segundo um dos muitos estudos que todos os dias se publicam, a maioria dos portugueses desconfia da eficácia da chamada bazuca. Acham que os fundos europeus aplicados no PRR vão deixar tudo na mesma. Não estou, assim de repente, a ver nenhum motivo razoável para tanto cepticismo. Vai mudar alguma coisa, sim senhor. Vidas haverá que vão melhorar muito. Atente-se ao que aconteceu com os anteriores quadros comunitários e veja-se o quanto a vida de alguns melhorou nesse espaço temporal. É só ver onde moravam antes e onde moram agora, que carros tinham então e que automóveis têm hoje, onde petiscavam noutros tempos e onde se repastam nos dias que correm. Nada disso deve constituir surpresa. Nem, de resto, a evolução destes espécimes representa qualquer indicio de marosca. É apenas a vida, como diria o outro. Ou, como se cá estivesse haveria de dizer a minha avó, para ficarem todos mal mais ficar só um bem.

A bazuca, os estilhaços e os atiradores do costume...

Kruzes Kanhoto, 14.06.21

Diz que essa cena da bazuca, como o Costa insiste em chamar à ajuda europeia para amenizar os efeitos da crise provocada pela Covid, está mais ou menos orientada lá para Bruxelas. Serão, ao que parece, catorze mil milhões de euros. Gente a afiar o faqueiro, ou seja a colocar-se a jeito para pôr as mãos na massa, é coisa que não falta. Tanta que até já sentiram a necessidade de criar uma comissão de acompanhamento, ou lá o que é, para ver se aquilo, como habitualmente acontece nestas circunstâncias, não descamba. Mas não adianta. Quem já está habituado a afiambrar-se a estes dinheiros vai continuar a fazê-lo. Portanto, assim como assim, mais valia distribuir o guito pelos dez milhões de residentes no país. Dava mil e quatrocentos euros a cada um. Mais euro, menos euro. Desconheço em absoluto qual seria o impacto na economia desta distribuição de dinheiro. Mas, desconfio, pior não seria. Olhando para os antecedentes, não me parece que os sessenta por cento que cabem ao Estado ou os quarenta que vão para a iniciativa privada sejam melhor empregues. O único senão é que, como diria a minha avó, para ficarmos todos mal mais vale ficarem só uns bem. Os do costume, no caso.

Não há bazucas grátis

Kruzes Kanhoto, 08.05.21

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Ando há anos a dizer isto. Nem é preciso ser muito esperto para se chegar a esta conclusão. Pelo contrário. É preciso ser muito burro para não perceber. Não tenho como discordar que foi o muito dinheiro oriundo da União Europeia que permitiu criar muitas das infraestruturas que temos hoje ao nosso dispor. Mas, também, apenas um tolinho não perceberá que muito desse dinheiro se destinou a esturrar em inutilidades, a satisfazer egos de autarcas, a criar encargos que agora nos custam os olhos da cara e, entre muitas outras coisas, a contribuir para uma gigantesca divida que mais tarde ou mais cedo alguém terá de pagar.

Claro que esse dinheiro criou riqueza. Muita, até. Basta pensar em determinados figurões para desconfiarmos que é capaz de ter ali havido mãozinha de fundo comunitário a envolver a melhoria da qualidade de vida. Não admira, por isso, que tantos se babem com a perspetiva de meter a mão na bazuca. Nós, como sempre, estaremos cá para apanhar com os estilhaços.

Bazuka de oportunidade

Kruzes Kanhoto, 13.03.21

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Parece que Bruxelas não manifesta grande apreço pelo tal Plano de Recuperação e Resiliência de que andamos a ouvir falar há mais de quanto tempo. Diz que a “bazuca” – é o nome que a nomenclatura dá ao financiamento europeu – não pode servir para financiar estradas, pontes e barragens. Uma chatice. Logo essas e outras obras públicas que dão imenso jeito a tanto figurão. Nomeadamente para mudar de carro, de casa ou, até, de mulher. Tudo cenas que, como toda a gente sabe, contribuem para dinamizar a economia e, assim, desta forma resiliente, melhorar as finanças. Deles.