Os terroristas são todos uns filhos da puta. Usem ou não turbante.
Sim, o atentado que hoje tirou a vida a não sei quantos muçulmanos constitui um acto desprezível. Nem vale a pena perder tempo a divagar quanto a isso. Quase tão desprezível quanto o são muitos dos que hoje, nomeadamente nas televisões e redes sociais, perderam uma oportunidade quase única de, como sempre fazem quando os atacantes são seguidores do profeta, juntamente com as lamentações do costume, encontrarem explicações mais ou menos rebuscadas para o comportamento dos criminosos. Parece que, desta vez, não é importante “procurar as causas”, “entender as motivações” nem, sequer, garantir que os extremistas não são todos maus ou que o extremista assassino não representa a maioria dos extremistas.
Também, para meu espanto, não li nem ouvi dizer que, se calhar, aquilo até pode ter sido obra de muçulmanos para, desta forma, justificar futuros atentados contra alvos ocidentais. Seria, naturalmente, uma teoria estúpida. Mas, convém recordar, muito usada com relativo sucesso sempre que existe um ataque terrorista de sinal contrário. Não falta por aí gente sábia, culta e de elevada craveira intelectual – de esquerda, portanto – a garantir que foram os americanos que mandaram, de propósito, as torres gémeas abaixo.