Contas de sumir
Acho muito bem a proposta dos comunistas no sentido de alargar ao sector privado as trinta e cinco horas de trabalho por semana. Podia, até, ser um pouco menos. Trinta, vá, e não se fala mais nisso. Incluindo, de preferência, um acréscimo de ordenado, que a malta ganha pouco e os gajos dos supermercados não aceitam o pagamento em tempo de descanso.
Gosto da ideia – de verdade, gosto mesmo – mas não percebo como é que a sua aplicação prática iria criar quatrocentos e quarenta mil novos postos de trabalho. Porra, pá, isso é muito posto de trabalho. Não haverá desempregados em número suficiente para os preencher. Mas, deixando essa dificuldade de parte, reitero que não entendo a relação entre uma e outra coisa. Vejamos este exemplo. Sete casas, cada uma com sua empregada doméstica. Se todas elas passarem a trabalhar menos cinco horas por semana vai ser criado um novo emprego?! Pois. Se calhar não.