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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Que tradição mai'linda...

Kruzes Kanhoto, 08.01.22

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Cada terra tem as suas tradições. Por este país fora há muitas e belas tradições que os autóctones se empenham em preservar. Desde deitar fogo a um gato, tourear bois até à morte a pôr pirralhos de seis anos a fumar, há de tudo um pouco. Cada uma muito genuína e ancestral, garantirão as gentes desses locais.

Por cá também temos essa coisa das tradições. Mas ao contrário dos gajos que chamuscam felinos, matam touros ou enfiam cigarros na boca dos gaiatos, que reservam um único dia do ano para essas parvoíces, nós gostamos tanto das nossas tradições que as praticamos todos os dias. Não vão cair em desuso ou o zelo dos serviços de limpeza da autarquia leve a melhor.

Numa zona da cidade existe a antiquíssima tradição de atirar o lixo do alto da muralha em direcção ao terreno circundante. É um costume respeitável – deve remontar aos tempos das invasões castelhanas ou francesas - que as sucessivas gerações de moradores se têm esmerado em transmitir aos seus descendentes. É, como se pode apreciar, uma coisa linda. Lamentavelmente a autarquia limita-se a ciclicamente retirar os despojos do local. O que é, há que dizê-lo com toda a frontalidade, manifestamente pouco. Esta tradição encerra em si todo um potencial que merecia outro aproveitamento. Explorar aquilo do ponto de vista turístico, nomeadamente. Criar, por exemplo, um concurso para premiar o atirador que conseguisse lançar o lixo a uma distância maior. Ou, quiçá, para quem lançasse o objecto mais pesado ou mais original. Em colaboração com os habitantes podia até criar uma actividade em que os turistas lançavam, também eles, o lixo por ali abaixo. Era uma experiência, como agora se diz. Fica a dica.

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