Policia, um emprego que ninguém quer
Mesmo passando, alegadamente, por cima de todos os preceitos legais que determinam a igualdade de oportunidades no acesso ao emprego no sector público, parece que a PSP pretenderá dar primazia a candidatos a policia provenientes de minorias étnicas. A ideia, diz, será dotar aquela força policial de uma composição social mais diversificada e, assim, prevenir comportamentos discriminatórios.
Tirando aquela parte – uma chatice, isso – de ninguém, independentemente da origem poder ser discriminado, ou privilegiado, no acesso a um emprego pago pelo Estado, até nem me parece mal. O que não faltam são associações disto e daquilo ou, principalmente, intelectuais da treta a queixarem-se da pouca representatividade das minorias nas organizações policiais e em tudo o mais de que se vão lembrando.
Não sei se actualmente as pessoas das minorias étnicas -seja lá o que for que isso englobe – são ou não preteridas no acesso à policia. Se são, acho mal. Resta é saber se nesses grupos existirá gente interessada em arriscar o coiro por uma miséria de ordenado. Ou, se calhar, nem têm vocação para essas cenas que envolvem leis, regras, disciplina e afins. Estou a ver, por exemplo, o caso dos bombeiros voluntários. Numa cidade com pouco mais de sete mil habitantes, onde existe uma minoria que representará sete ou oito por cento da população, a percentagem de soldados da paz oriundos dessa comunidade será – se não estou enganado – cerca de zero. Devem ser as políticas de integração que estão a falhar. Por culpa do homem branco, naturalmente.