Pobreza socialista
Aumentar o salário mínimo nacional pode ser uma medida muito simpática. Agradável, vá. Nomeadamente para quem o recebe. Para os restantes trabalhadores, que ganham igualmente uma miséria e veem a sua remuneração cada vez mais perto do SMN, não tem piada nenhuma. Constitui um factor de desagrado, desmotivação e, mais do que tudo isso, a degradação do seu vencimento e das suas qualificações.
Este crescimento dos salários mais baixos, a par da estagnação de todos os restantes níveis salariais, é particularmente escandaloso na função pública. A uniformização a que se está proceder faz com que, por exemplo, um assistente operacional acabadinho de chegar aufira, em termos liquidos, praticamente o mesmo do que um assistente administrativo com vinte anos de trabalho. Quando, como decorre das funções de cada um, o nível de especialização e de responsabilidade que são exigidos a um e a outro nada tenham de comparável. Convém recordar que antes destes malucos tomarem conta do poder, a diferença entre ambos rondaria valores na ordem dos trinta a quarenta por cento.
Com esta política, há cada vez mais gente a ganhar o SMN. Duvido que isso constitua um factor de progresso, de coesão social ou de seja lá o que for. Do que tenho a certeza é que este igualitarismo salarial não trará, a médio prazo, nada de bom. Para ninguém.