Pantomineiros
Depois de prometer contar todo o tempo de serviço aos professores, Luís Montenegro, provavelmente imbuído do espírito da Black Friday, prometeu fixar a reforma mínima em oitocentos e vinte euros. Não é que, quanto a esta segunda promessa, me pareça mal ou algo demasiado demagógico. Dado que neste país existem subsídios para tudo e mais um par de botas, até é coisa que se me afigura da mais elementar justiça distribuir também “algum” pelos pensionistas. No entanto, tal como acontece nas promoções da sexta-feira negra, o melhor é estar atento às letras miudinhas. Não vá lá estar escondido nas entrelinhas que a medida apenas se aplica a futuros pensionistas e que o direito à reforma apenas se atinge aos setenta e cinco anos de idade.
Entretanto o candidato melhor posicionado para liderar o PS já veio declarar a falta de credibilidade destas propostas. Concordo com o homem. Credibilidade à séria, daquela mesmo boa, é uma cena que apenas assiste ao partido que já foi chefiado por gajos como José Sócrates e António Costa e que, com elevada dose de probabilidade, vai ter em breve como líder um tipo com ar alucinado que foi secretário de Estado de Sócrates e ministro de Costa. Agora a sério. Por que raio é que esta gente reivindica para si o exclusivo da pantominice?