Os Observatórios servem para fazer observações parvas?
Quanto à necessidade de imigrantes que venham para o país fazer o que os portugueses não querem, nomeadamente trabalhar e ter filhos, nem vale a pena perder tempo a dissertar. É um facto e tudo o que divirja daqui são meras opiniões.
Que a vinda massiva de mais de milhão e meio destas pessoas, num período de tempo relativamente curto, constitui um problema – mais do que um, a bem dizer – é outro facto que apenas a esquerda e mais uns quantos tótós, passe o pleonasmo, insistem em negar.
O que se dispensa é o esforço que certas criaturas fazem para complicar ainda mais o que de si já não é fácil. Declarações como as alegadamente proferidas por um responsável qualquer do Observatório das Migrações – uma adiposidade do Estado que os inimigos da redução do IRS nunca se lembram de citar quando perguntam onde se pode cortar a despesa – só contribuem para piorar os sentimentos anti-imigração cada vez mais evidentes. Aquela alminha terá sugerido que os serviços e o mercado de trabalho se adaptem ao dia de descanso, sexta-feira, “daquela” população. Mas não ficou por aqui. Terá ainda sugerido que alguns portugueses prescindam do médico de família e que os jovens fiquem mais uns anos em casa dos pais para que os imigrantes possam ter acesso a assistência médica e à habitação.
A indigência mental de quem, alegadamente, terá proferido estas alarvidades nem merece que me alongue em considerações. Até porque as desconsidero profundamente. E, por outro lado, nem é o homem que tem a culpa. Essa é de quem o nomeou e de quem ainda não o demitiu.
PS. Sou gajo para apostar com quem quiser que, apesar de sempre atento à actualidade, esta entrevista não vai passar logo à noite no programa do RAP nem, tão-pouco, suscitará grande interesse à comunicação social.
PSD. O “Correio da Manhã” ainda é um esgoto a céu aberto ou já o podemos considerar um jornal de referência?