OE 2017. Ordem para endividar...
Não vou dizer, como o outro parvo, que vem aí o diabo. Não será o caso. Pelo menos para já. Mas que se entreabriu a porta do inferno, disso, não tenho dúvidas. Ou, reformulando a ideia, estamos a entregar a chave do palheiro ao pirómano. Isto porque todos nos recordamos – pelo menos os que têm memória para além daquilo que lhes dá jeito lembrar – do que era a situação financeira da generalidade dos municípios portugueses antes da intervenção da troika. Pois bem, o orçamento do próximo ano manda às urtigas praticamente tudo o que era medida impeditiva do endividamento das autarquias. Daí que não seja difícil adivinhar o que vai acontecer. Vai voltar, a pretexto do aproveitamento dos fundos comunitários, a maluqueira das obras. Principalmente daquelas inúteis e que se traduzem em custos futuros. Ou, removidos os últimos entraves, voltaremos a assistir à contratação de uma chusma de amiguinhos. Daqueles que seguraram o pau nas últimas eleições, vão segurar nas próximas ou apenas porque sim e dá votos. E não, não é pessimismo, catastrofismo ou má-língua. São é muitos anos a virar frangos...