O racismo é por ser azul?
Não. Je ne suis cá Marega coisa nenhuma. E não é por causa disso do racismo mais do que evidente dos grunhos que insultaram o jogador da equipa do Porto. Não gosto é de indignações selectivas. Quem se indigna selectivamente é um filho da puta tão grande como os racistas que ontem fizeram aquela figura abjecta nas bancadas do estádio D. Afonso Henriques.
Pelo mesmo passaram outros jogadores. Desde Nelson Semedo a Renato Saches. Ou, convém ter memória, um jogador negro do Young Boys em setembro do ano passado no estádio do Dragão. Alegou, na altura, o clube da agora vitima para escapar à punição da UEFA, que estariam a gritar pelo símio que lidera a claque. Ou, indo ligeiramente mais atrás, aqueles que emitiam grunhidos (Hulk, Hulk. Hulk...) como os de ontem mas argumentavam estar a gritar pelo Hulk, então jogador da agremiação. Poder-se-á argumentar que nenhum abandonou o relvado. Pois não. Se calhar foram mais profissionais. Olha se todos os trabalhadores virassem costas ao local de trabalho quando são vitimas de um acto discriminatório ou de outra selvajaria qualquer...
Estranho, por isso, que apenas agora as virgens ofendidas tenham vindo a terreiro quando oportunidade para isso foi coisa que não lhes tem faltado. Lá saberão o que os move. Por mim estou como o outro atleta azul e branco - que por acaso também é negro - terá dito, num momento de irritação, ao seu treinador. A cada indignado selectivo recomendo que vá tomar em seu cú.