O paposseco gourmet
Chamem-lhe carcaça, casqueiro ou pãozinho na versão moderna e amaricada para mim será sempre um paposseco. Mas se o nome pelo qual é conhecido varia em função da região, o tamanho vai diminuindo à medida que o preço cresce. Este, comprado numa padaria tradicional, tem as dimensões que se podem apreciar tendo por comparação um cartão de fidelização de um supermercado. É o pão perfeito para dietas radicais. Daquelas que se fazem, por esta altura do ano, na tentativa desesperada de voltar a ver os dedos dos pés quando se caminha à beira-mar. Um nano-panito, quase. Deve ser um produto inovador da moderna industria da panificação concebido a pensar naquelas pessoas que não têm tempo para mastigar. Dá-se uma dentada e já acabou. Nem dá para saborear. O que, convenhamos, também não constitui nenhum drama dado que o sabor, a existir, apenas pode ser apurado em laboratório. Embora, com o marketing adequado, possa ser vendido como um produto gourmet ou lá o que chamam aquelas cenas de aspecto duvidoso que servem aos parolos como “experiência”.