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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O meliante, o transeunte e a consciência

Kruzes Kanhoto, 28.08.17

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Nas cidades, perante um assalto, uma agressão ou outra ocorrência do género – daquele mesmo isso, não do outro - poucos são os que resolvem intervir em socorro da vitima. Ninguém está para ter chatices. Nas aldeias não é bem assim. Existe solidariedade e, não raras vezes, o patife leva que contar.

Como, calculo, terá acontecido um destes dias a um “jovem” - forasteiro, segundo os circundantes – provavelmente desconhecedor desta regra. Por razões desconhecidas o malandrim resolveu invadir uma propriedade privada, ameaçando e ofendendo os residentes. Teve sorte, num primeiro momento, pois os proprietários, atarantados, não reagiram optando por se refugiar dentro de casa. Mas isso só durou até passar o primeiro transeunte que, escandalizado com a gritaria do moço, desabafou que se fosse com ele a coisa piava mais fino. O que deixou ainda mais exaltado o invasor, que tratou de elevar o nível das ameaças agora dirigidas ao tal transeunte. Pelo menos durante os quinze segundos seguintes. Que foram os que se conseguiu manter em pé. Um tabefe bem aplicado, daqueles de fazer inveja aos gajos que este fim de semana ganharam larguíssimos milhões só por andarem à porrada, tratou de o mandar abaixo. O segundo, já menos artístico, ainda assim foi suficiente para o recolocar na posição horizontal, já que o “jovem” insistia em tornar à posição inicial e prosseguir com a berraria.

O comovente da coisa, mais do que o gesto de intervir para ajudar pessoas em perigo, foram as palavras que o transeunte solidário dirigiu ao meliante: “Olha, nem sabes quanto isto me rói a consciência, mas tu estavas mesmo a pedi-las”. É esse o espírito!

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