“O IRS é o imposto que mais contribui para a eliminação da desigualdade salarial”
Uma afirmação lapidar, esta. Dita assim até parece ser uma coisa muito virtuosa. Nomeadamente para alguns tolinhos, iletrados, demagogos diversos e gente com o cuzinho cheio de boa vida, como remataria a minha avó.
Vejamos o contributo - no âmbito da função pública - desse imposto virtuoso para eliminação das desigualdades salariais. Nomeadamente ao igualar o vencimento de quem ganha um pouco mais do que o SMN. Uns ricaços, na perspetiva comunoide dos moluscos esquerdistas para quem apenas importa o discurso populista e demagógico do aumento do salário mínimo que esquece todos os demais.
Carreira | Vencimento | TSU | IRS | ADSE | V. Liquido |
Técnico Superior | 1 205,08 € | 132,56 € | 174,74 € | 42,18 € | 855,61 € |
Assistente técnico | 693,13 € | 76,24 € | 29,11 € | 24,26 € | 563,51 € |
Assistente Operacional | 645,00 € | 70,95 € | 0,00 € | 22,58 € | 551,48 € |
SMN | 635,00 € | 69,85 € | 0,00 € | 0,00 € | 565,15 € |
Digamos, perante estes números, que o objectivo é praticamente atingido. Em termos líquidos um assistente técnico – o administrativo de um centro de saúde, por exemplo – aufere mais doze euros do que a senhora da limpeza. Que, por sua vez, recebe menos trezentos euros do que a técnica trata das análises. Ainda assim, se calhar, uma diferença demasiado grande do ponto de vista dos que acham que devemos ser todos pobres.
Há, em conclusão, que rejeitar liminarmente a ideia de uma taxa plana – igual para todos - e ponderar o aumento do IRS. Mais dinheiro no bolso de quem trabalha pode levá-los por maus caminhos. Melhorar de vida, nomeadamente. E depois, como ouvi dizer em inúmeras ocasiões a alguns “camaradas”, aburguesam-se e já não votam na gente. Uma chatice, de facto.