"No decide". Mas paga...
Kruzes Kanhoto, 28.10.12
Não constitui novidade – apenas o será para quem anda distraído – que ostratamentos efectuados no serviço nacional de saúde em consequência deagressões ou acidentes não são comparticipados. Por norma a vítima paga e, comalguma sorte, um dia mais tarde será ressarcida da despesa. Isto se a justiçafizer o seu trabalho e as seguradoras não conseguirem esquivar-se.
O irónico da coisa, para além da dupla penalização do agredido, é que enquantopara estes casos o SNS não assume a despesa com os serviços prestados, já emrelação ao aborto a prática é completamente diferente. Tudo à borla com atendimentoprioritário. Ou seja: o gajo que levou umas naifadas de um desconhecido aovirar da esquina o melhor que tem a fazer é dizer que caiu em cima de uma facaquando estava a preparar o almoço. Isto se não quiser gastar uma pequena fortunano hospital. Já a gaja que se esqueceu das pílulas – oferecidas pelo Estado,diga-se – não precisa de arranjar desculpas para que lhe façam o “desmancho”gratuitamente. Parece-me justo! E parvo, também.