Ninguém quer ser rico...
A julgar pelas reacções, a noticia da multiplicação por cinco do número de ricos não agradou aos portugueses. Nada de surpreendente. Já no tempo do PREC assim era. Os revolucionários de então – lamentavelmente muitos deles ainda por aí andam - em vez de ambicionar acabar com os pobres pretendiam era exterminar os ricos. Opções de vida que, antes e agora, têm muito a ver com a ignorância e, principalmente, a inveja.
Um dos argumentos mais vezes repetido, entre os que se sentiam indignados com este aumento do número de ricaços, é o crescimento semelhante da quantidade de pobres. Desconheço o indicador utilizador pelo fisco para determinar a partir de que rendimento alguém é considerado rico mas, desconfio, que será um valor relativamente baixo. Pelo menos a julgar por aquilo que é a tabela de IRS. Se calhar, digo eu, devia ser para aí que os portugueses deviam apontar a sua indignação. É que se um escravo é alguém a quem confiscam cem por cento da remuneração, então a partir de que percentagem de confisco do ordenado é que somos cidadãos livres? Mas isso, obviamente, não interessa nada. O tuga quer lá saber do seu recibo de vencimento. Chateia-se é se o tipo do lado ganha mais do que ele.