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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Naquilo do "mata-leão" o filme não está a rodar ao contrário?!

Kruzes Kanhoto, 12.05.17

Sou do tempo em que nas repartições públicas os contribuintes eram tratados abaixo de cão. Dado o tratamento que hoje é dispensado aos canitos, muitos - nomeadamente os mais novos - até poderão pensar que o acolhimento a quem, por azar ou necessidade, se deslocava ao qualquer serviço público era relativamente bom. Mas não. Era mau, mesmo.  

Hoje os papéis inverteram-se. A arrogância, a má-criação e a prepotência passaram para o lado dos utentes. Qualquer badameco acha que o funcionário que o atende é seu escravo e que está ali para cumprir as suas vontades, por mais absurdas que elas se revelem. Lamber-lhe as partes pudibundas, até, se esse  for o seu desejo.   

Para este estado de coisas muito tem contribuído a comunicação social. O caso das finanças do Montijo constitui um bom exemplo. Trataram de elevar à condição de herói um individuo que não só estaria a coagir quem o atendia como também se recusou acatar as ordens de um agente da autoridade. Já para o agente, que se limitou a cumprir o seu dever e a fazer aquilo que se espera que faça numa ocasião como aquela, parece reservado o papel de vilão. A vitima, a funcionária, essa não interessa para nada. Bem diferente do filme que a mesma comunicação social faz quando algum jornalista é untado. Nesse caso os que lhes batem são sempre os maus. Mesmo que às vezes só se percam as que caiem no chão...  

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