Não é problema meu, logo não há problema
Sei, desde que o Kruzes é Kruzes, que o tema “IRS” é dos que mais desinteressa aos leitores que por aqui vão passando. É natural. Trata-se de um assunto que pouco importa à esmagadora maioria dos portugueses. Os que ganham à volta de novecentos euros ou menos, porque não os afecta e outros, ainda que tenham rendimentos bastante superiores, porque vivem à margem do sistema fiscal. Ainda bem para eles. Percebo que, por isso, para todo esse pessoal seja um tema desinteressante e aborrecido. A conversa acerca do preço dos combustíveis, da habitação ou das bolas de Berlim também me deixa profundamente entediado. Mas esperem pela pancada. Com o aumento vertiginoso e absolutamente irracional a que está a aumentar o salário mínimo, não tardará o dia em que, inevitavelmente, o SMN e as reformas a rondar esse valor terão de estar sujeitos a IRS. Sob pena de, em vez de metade dos portugueses não pagarem, passar para oitenta por cento o número de contribuintes que deixarão de o ser. Com a agravante de, então, passarem a ter direito a todo o tipo de apoios que magnânimo Estado-ladrão-social vai generosamente distribuindo. E aí quero ver quem é que o vai sustentar o monstro…