Irritação, precisa-se
Calculo que os meus leitores já terão reparado que, de há tempo a esta parte, tenho escrito aqui no Kruzes muito menos do que era habitual. O alivio que lhes tenho proporcionado deve-se, por um lado, à agricultura da crise e, principalmente, aos baixos níveis de irritabilidade de que ando a padecer. Quem me segue com regularidade já terá percebido que a irritação inspira-me. Torna-me os dedos mais leves, digamos assim. Coisa que, ultimamente, não tem acontecido. Apesar de temas capazes de despoletar a minha ira surgirem quase todos os dias, estou com manifesta dificuldade em irritar-me. Oxalá isto passe depressa. É que começo a ficar preocupado. Para que se perceba a dimensão do drama, nem sequer me consigo irritar com aquelas pessoas – e, espantosamente, são muitas - que insistem em chamar palhaço ao presidente da Ucrânia, apesar de terem votado no Marcelo. Sei que é esquisito, mas só me consigo rir. As melhoras a mim, porque essas criaturas são casos clinicamente perdidos.