Impostos bons e impostos maus
Isto do IRS enerva-me. Ouvir argumentos a defender a manutenção das elevadas taxas a que vencimentos miseráveis estão sujeitos, só para que outros ainda mais miseráveis não se sintam prejudicados, dá-me cabo dos nervos. De acordo com este ponto de vista nunca nenhum imposto pode baixar. Desde o ISP ao IVA. O primeiro porque o pobres não têm carro ou fazem menos viagens e o segundo porque os ricos compram mais e se o IVA baixasse tirariam daí mais beneficio. Um pouco, convenhamos, o argumentário daqueles que são contra a taxa plana do imposto sobre o rendimento.
É uma ideia interessante, essa, a de fazer justiça social através do IRS. Lamentavelmente parece ser o único imposto com queda para justiceiro. O IMI e o IMT são uns mariquinhas. Verdadeiros cobardes, até. Pior. Esquivam-se a ajudar os pobres de uma maneira perfeitamente ignóbil. Basta um gajo, coitado, cheio de boas intenções declarar que um pardieiro qualquer é, afinal, um chalé todo catita e cheio de pedigree, que aquela dupla de tributos deserta de imediato da guerra contra a pobreza e nunca mais ninguém o vê a lutar pela justiça social. Mas não faz mal. Quem precisa de estrupícios como o IMI e o IMT quando tem o IRS?