Imagem da arbitragem portuguesa
Há muitos anos, numa prova de natação - coisa à séria, integrante do calendário oficial da Federação da modalidade – assisti à desclassificação de um nadador por, conforme foi anunciado na instalação sonora da piscina, “na viragem o atleta ter efectuado uma braçada subterrânea”. O que, obviamente, suscitou a risota geral entre as duas ou três centenas de pessoas presentes no local e o justificável embaraço do árbitro que anunciou a penalização.
Ontem, não ao vivo mas pela televisão, tive ocasião de ouvir uma das maiores bacoradas que alguma vez foram proferidas durante um jogo de futebol. Algo igualmente invulgar, mesmo no âmbito de um evento desportivo e muito pior do que a "braçada" do outro coitado. Pior porque foi premeditado. Não foi daquelas coisas que saem naturalmente. Alguém que está a olhar durante minutos para um monitor, a ver várias vezes a repetição da jogada e depois anuncia, perante sessenta mil pessoas no estádio e vários milhões a assitir através da televisão, que “o jogador rasteirou o adversário com a cabeça” não pode regular lá lá bem da sua. Quem é que, em seu perfeito juízo, rasteira alguém à base da cabeçada? Só um maluco. Quem é que num jogo decisivo para as contas do titulo inventa um penálti daqueles? Só um vidente. Tipo os pastorinhos de Fátima, que também viram coisas que mais ninguém viu.