Habituem-se
Foi a recomendação do primeiro-ministro aos portugueses a propósito da sua governação. Não era preciso dar-se ao incomodo. Já estamos habituados. Ou não tivesse, nos últimos vinte sete anos, o Partido Socialista governado o país durante vinte anos. Daí que é sem expectativa de qualquer espécie que aguardamos o próximo escândalo, tramóia, indecência ou seja o que for que um qualquer membro do governo ou do aparelho partidário tenha feito e que havemos de saber nos próximos dias. Não é uma questão de ter ou não feito. É de quando vamos saber que fez.
Relativamente à bronca da semana – a que envolve esta senhora da TAP, não vá haver por aí outra que eu não saiba – há que, a bem da verdade, ser justo com a criatura. Ela não se “abotoou” com meio milhão de euros. Cerca de metade, pelo menos, regressam aos cofres do estado. Não é que isso dê mais ou menos seriedade – ou retire, não interessa – à coisa. É só para reforçar a ideia, que não me canso de repetir, de que o maior vigarista que por aí anda é o Estado. Mas, também a isso, já nos habituámos.