Dia do cão de apartamento
Diz que hoje há quem ache que se comemora o dia do cão. Não sabia da alegada efeméride. Nunca tinha lido ou ouvido nada acerca da pretensa comemoração de mais esta idiotice. Conheço é o “dia de cão”. Uma expressão caída em desuso e da qual já poucos conhecem o significado. Ou, então, atribuem-lhe um sentido completamente diferente atendendo à vida regalada que a canzoada leva hoje em dia.
Por mim podem comemorar o que muito bem entenderem. Mas podiam aproveitar a data para fazer alguma coisa de útil. Limpar a merda dos passeios ou desinfectar os postes e as paredes confinantes com a via pública usados como mictórios caninos e que constituem verdadeiros viveiros de pulgas. Mas não aproveitam. De certeza que preferirão praticar outras actividades. Todas muito modernas, civilizadas e reveladoras do seu amor pela bicharada. Até porque, como eles dizem citando o Gandhi, “a grandeza de um país e o seu progresso podem ser medidos pela maneira como trata os seus animais”. Se, ao entrar num prédio, levar com um bafo a cão e ouvir uma sinfonia de uivos constituir um indicador desse desenvolvimento, então, de certeza que estamos no rumo certo quanto a isso do progresso e da grandeza. Ao nível da estupidificação, pelo menos.