Dia da libertação de impostos
Hoje, dezasseis de Junho, assinala-se o dia da libertação dos impostos. Não é que os tributos tenham acabado. Nada disso. Significa apenas que, para o contribuinte médio, todo o rendimento do seu trabalho, desde o principio do ano até ao presente dia foi direitinho para o Estado.
A julgar por algumas reacções, expressas nas caixas de comentários a esta noticia, há quem não veja nisto nada de especial. Pelo contrário, não desdenhariam mesmo que o dia em que o Estado deixa o nosso bolso em paz fosse lá mais para diante no calendário. Deve ser gente que não paga impostos. Daquela, provavelmente, para quem isso é um conceito desconhecido. Mas, desconfio, para aqueles que estão sujeitos ao saque fiscal em vigor, o dia ainda não terá chegado hoje. É que isso das médias é uma coisa lixada.
Lixados – ainda mais – estaremos também se, como tudo indica, vier a ser aprovada uma nova lei das finanças locais. O objectivo, entre outros, é pôr ponto final nos poucos constrangimentos ao despesismo autárquico e reforçar os meios financeiros das autarquias, para que os caciques possam voltar a esturrar à tripa forra. Nomeadamente dar emprego aos eleitores das respectivas circunscrições. É que existem localidades onde ainda nem todos os habitantes trabalham para a respectiva autarquia. Uma injustiça a que urge pôr cobro, reconheço.